Soliman Abdel Gabbar, subsecretário do Ministério da Saúde do Sudão, especificou hoje em conferência de imprensa que destas, 52 pessoas morreram nos últimos três dias na capital sudanesa, Cartum, e que os corpos de outras duas foram retirados do Rio Nilo, junto da cidade.
Na quarta-feira, o Comité de Médicos do Sudão, organização próxima dos manifestantes, referiu que 40 corpos tinham sido retirados das águas do Nilo, acrescentando que este pode ainda conter “dezenas”.
Segundo o Comité de Médicos, 108 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas desde segunda-feira, data da operação para dispersar os manifestantes, que estavam concentrados em frente ao Quartel-General das Forças Armadas, em Cartum.
O Sudão vive, desde dezembro, uma revolução popular sem precedentes que conduziu à deposição, em abril, do Presidente Omar al-Bashir, substituído por um Conselho Militar Transitório.
Apesar da mudança, os manifestantes continuam nas ruas, reclamando uma transferência de poder para os civis.
As negociações entre os movimentos de contestação e a Junta Militar fracassaram em 20 de maio com as duas partes a quererem assumir a liderança do período de transição de três anos.
Na segunda-feira, o acampamento, montado desde 06 de abril, em Cartum, foi dispersado pela força, com os manifestantes a denunciarem “um massacre” perpetrado por “milícias” do Conselho Militar.
Por seu lado, os militares rejeitaram o uso da força, adiantando que se tratou de “uma operação de limpeza” que correu mal.
A operação foi condenada pelas Nações Unidas, Estados Unidos e Reino Unido, entre outros países.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que apoiam os militares sudaneses, apelaram ao diálogo sem condenar a repressão.
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