"O governo não conseguiu chegar a um acordo sobre as medidas a tomar para limitar o fluxo de requerentes de asilo", reportou a televisão pública holandesa NOS. "É, portanto, o fim do governo Rutte IV", acrescentou.
O canal sublinha que várias fontes dizem que o partido de direita ChristenUnie (União Cristã, em tradução livre) tomou a iniciativa para a queda do Executivo, mas um porta-voz deste partido refere que esta é "uma decisão conjunta".
Esta noite, a maioria dos ministros envolvidos realizou uma reunião final no Ministério de Assuntos Gerais. Sobre a mesa estava uma proposta de compromisso final do secretário de Estado Eric van der Burg sobre a questão dos requerentes de asilo.
Em causa estava o facto de alguns membros do Executivo considerarem que o direito à reunificação familiar para refugiados de guerra deve ser temporariamente limitado. Porém, essa proposta não encontrou apoio suficiente entre os outros partidos.
O Partido Popular pela Liberdade e Democracia (VVD, centro-direita), ao qual pertence o primeiro-ministro, queria que os outros três partidos da coligação estabelecessem um sistema de quotas para limitar o número de crianças procedentes de zonas de conflito elegíveis para asilo nos Países Baixos. Nesta proposta, o Executivo queria restringir a 200 por mês o número de reunificações de crianças com familiares refugiados já estabelecidos no país.
De acordo com o Serviço de Informação do Governo (RVD), o Conselho de Ministros vai realizar uma reunião (parcialmente) digital esta noite, pelas 21h30 (hora local). Posteriormente, o primeiro-ministro cessante, Mark Rutte, falará à imprensa.
Rutte encerra, assim, o seu quarto mandato desde outubro de 2010. O último período teve início em janeiro de 2022, depois de nove meses de negociações para formar uma coligação após as eleições de março de 2021.
(Artigo atualizado às 21h48)
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