“Contrataram algumas centenas [de médicos], mas é preciso ler com atenção esses números, porque parece que o SNS está a transbordar de médicos, quando não é o caso e há falta de recursos humanos”, disse o presidente da federação, Noel Carrilho à agência Lusa.

Para o dirigente, os dados oficiais do Governo não passam de uma “ação de cosmética”.

Segundo o Portal da Transparência do Ministério da Saúde, o SNS tinha ao seu serviço um total de 147.075 profissionais de saúde em janeiro - dos quais 31.406 médicos e 48.739 enfermeiros - mais 9.765 do que em março de 2020.

Os mesmos dados adiantam que, no mesmo período, o número de médicos aumentou dos 30.297 para os 31.406, um crescimento de 3,6%.

Noel Carrilho sustentou que o investimento feito pelo Governo “foi insuficiente até para colmatar as perdas de médicos por via das aposentações”.

As saídas de médicos para a reforma não são compensadas com novas contratações, uma vez que, alertou, os concursos abertos “são ineficazes ao não atrair os médicos”.

“Os médicos podiam ser muitos mais e fariam falta”, defendeu, lembrando que “vão faltar médicos para recuperar a atividade assistencial que aí vem”, depois de ter sido suspensa devido à pressão dos hospitais criada com doentes infetados pela covid-19.

Apesar de os médicos escassearem e de a pandemia tornar “evidente a necessidade de reforço dos recursos humanos, ao se pedir o auxílio de médicos estrangeiros, o Ministério da Saúde não se mexeu para alterar as condições de trabalho e atrair mais médicos”, criticou a federação.

Em vez de alterar as regras dos concursos, a tutela “exigiu” antes dos médicos a suspensão de férias e a realização de horas extraordinárias.

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