“Não é um problema de pandemia, é de ministro”, disse Mário Nogueira, referindo-se às reivindicações dos professores que se reuniram esta tarde em frente ao Centro Cultural de Belém.
“Há uma embirração, uma falta de vontade política em resolver os problemas dos professores, que suponho seja do Governo todo, que faz dois anos dia 03 de maio, disse que se a Assembleia da República contasse o tempo todo de carreira dos professores, se demitia, por isso há uma falta de vontade política incompreensível para quem tem estado na linha da frente, não da saúde, mas da educação”, argumentou Mário Nogueira.
De acordo com o sindicalista, “o ministro da Educação dignou-se apenas a comparecer numa reunião a 22 de janeiro do ano passado, e só para dizer generalidades, e na sexta-feira, na reunião com os secretários de Estado, ficou claro que não há nenhuma abertura para resolver os problemas e as condições de trabalho”.
Lamentando ter apresentado “quatro propostas concretas” sem resposta por parte do Governo, Mário Nogueira reconheceu que as exigências dos professores não podem ser todas resolvidas de um dia para o outro, mas contrapôs que há medidas que podem ser implementadas sem grande sobrecarga da despesa pública.
“Não exigimos que amanhã tudo se resolva, exigimos é que amanhã o Ministério se abra a discutir as prioridades para negociarmos soluções faseadamente, e que progressivamente se vão dando respostas aos problemas e que deixemos de estar neste deserto negocial e de bloqueio ao diálogo que é o que temos”, disse o governante nas declarações aos jornalistas antes da sua intervenção na manifestação.
A manifestação, marcada para as imediações do Centro Cultural de Belém, reuniu algumas centenas de professores e nela Mário Nogueira vincou que o local serviu para mostrar as contradições do Governo.
“Em diversos fóruns internacionais o ministro disse que está aberto ao diálogo e instava até vários governos da União Europeia (UE) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a promoverem o diálogo social, mas de facto o diálogo social, dizemo-lo junto da sede da presidência portuguesa da UE, é produto de exportação que não tem consumo interno”, concluiu o responsável.
Na resolução hoje aprovada, a Fenprof afirma que “os professores e os educadores exigem diálogo, negociação e soluções para os problemas que afetam e põem em causa o futuro da sua profissão; exigem respeito pelos seus direitos e melhoria das condições de trabalho, certos de que essas são condições necessárias a afirmação da Escola Pública enquanto promotora de uma Educação e um Ensino de qualidade para todas as crianças e jovens”.
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