O governante falou à Lusa a partir de Barcelona, onde no domingo se disputou a sétima ronda do Mundial de Velocidade, que conta com o português Miguel Oliveira na classe rainha, a MotoGP.
“Uma organização desta envergadura terá, certamente, o apoio do Governo, sob dois prismas. Do ponto de vista desportivo é evidente que é importante, como é igualmente muito importante do ponto de vista económico, particularmente quando falamos de turismo”, disse João Paulo Rebelo à agência Lusa.
Em 04 de maio, o presidente da Federação Mundial de Motociclismo, o português Jorge Viegas disse à Lusa, em Jerez de la Frontera, em Espanha, que Portugal estaria na calha para receber uma corrida de MotoGP, caso alguma prova falhasse.
Hoje, Jorge Viegas reafirmou esse estatuto e confirmou a realização de uma reunião em Barcelona, no sábado, entre a FIM, a empresa promotora do Mundial de MotoGP (Dorna), os responsáveis do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) e o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP).
“A reunião correu muito bem. A partir de 2022 há uma série de contratos a terminar e é quando existe a possibilidade de Portugal entrar. Tem é de haver um contrato firmado e, para que isso aconteça, é necessário o apoio do Governo”, explicou Jorge Viegas.
“Basta o Governo português assegurar que há dinheiro para pagar o contrato e temos Grande Prémio em Portugal”, acrescentou.
Em causa deverão estar cerca de seis milhões de euros.
Ainda assim, Portimão mantém-se como circuito de reserva caso alguma prova falhe até 2021. “Posso garantir que, se em Silverstone (Inglaterra) não tivessem começado os trabalhos de reasfaltamento do circuito, haveria GP de Portugal em Portimão já em 2019″, revelou Jorge Viegas.
O presidente da FIM revelou ainda que as negociações apontam para uma alternância entre os circuitos do Estoril e de Portimão. “Como temos o Mundial de Superbikes, rodaríamos as competições pelos dois circuitos”, explicou.
Da parte do AIA, Paulo Pinheiro, diretor-geral do circuito, confirmou apenas a “existência de negociações”.
O que está em cima da mesa é a entrada de Portugal para a vaga de uma das quatro provas do Mundial que decorrem em Espanha.
“O promotor do campeonato (Dorna) não quer aumentar o número de provas na Península Ibérica (atualmente são quatro, em Jerez de la Frontera, Catalunha, Aragão e Valência) pelo que haveria uma rotatividade entre as provas espanholas”, explicou o secretário de Estado à agência Lusa.
João Paulo Rebelo considera que é “uma boa notícia” para o país, mas “ainda é precoce falar de uma confirmação seja do que for”, porque “o processo de negociação, ainda que já esteja espoletado, tem de ser concluído entre os vários interessados na organização”.
“O Governo terá, também, algo a dizer sobre isso e, eventualmente, os municípios que podem estar associados”, sublinhou.
Ainda assim, disse que, a acontecer, essa hipótese era bem vista.
“Dá-se a conjugação de o presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) ser um português, o que é muito bom, e temos também o [piloto] Miguel Oliveira a participar nesta que é a prova rainha do motociclismo. A oportunidade de o Miguel Oliveira correr em casa seria extraordinário”, frisou.
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