
"Hoje é dado um passo decisivo para a expansão da rede de metro do Porto", disse Pedro Azeredo Lopes, administrador executivo do Metro do Porto, na cerimónia de lançamento dos concursos públicos para a construção das linhas Rosa, que ligará os Aliados e a Casa da Música, e o prolongamento da Amarela, de Santo Ovídio até Vila d'Este, em Vila Nova de Gaia.
Em causa está a construção de um total de novos seis quilómetros na rede, sete novas estações e a perspetiva de transportar mais 33 mil passageiros de metro por dia, após um investimento do Governo e comunitário total de 307 milhões de euros.
António Costa salientou que está em causa “um caminho que não pode parar”, pelo que “o programa nacional de infraestruturas”, elaborado pelo Governo e “em debate na Assembleia da República”, prevê, para um “próximo ciclo de programação”, um “investimento superior a 800 milhões de euros para desenvolvimento na rede transportes da AMP”.
“Essa verba já não será gerida pelo Governo mas integralmente pela AMP, que devidamente afetará a sua estratégia de desenvolvimento do território”, afirmou o primeiro-ministro, explicando estarem em causa 600 milhões de euros para uma nova expansão do metro do Porto e 200 milhões para “redes de metrobus”.
Entre outras notas, nesta apresentação, Pedro Azeredo Lopes falou da importância de retirar mais de 7.000 carros da Área Metropolitano do Porto, sublinhando que este investimento é "virtuoso porque vai contribuir para a qualidade de vida das pessoas e da coesão social".
Na mesma cerimónia, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse "a próxima década vai ser decisiva. O programa nacional de investimento tem previstos 780 milhões de euros de investimentos da rede de transportes na Áreas Metropolitana do Porto e destes 620 milhões serão para a rede de metro e 160 milhões para a criação de corredores de metrobus", disse.
Quanto ao primeiro-ministro, começou por destacar ter “uma estratégia com uma visão muito clara” porque “uma das prioridades da atividade politica das próximas décadas tem de ser contribuir para inverter tendência das alterações climáticas”.
Do resultado desta atividade “depende a própria sobrevivência da humanidade”, frisou. “Se quisermos mitigar os efeitos das alterações climáticas, temos de mudar paradigma da mobilidade”, explicou António Costa.
O governante acrescentou ter sido por esse motivo que “a primeira decisão tomada nesta legislatura foi retirar o tema dos transportes urbanos da orgânica do ministério das Infraestruturas para o colocar no ministério do Ambiente”. “A política ambiental precisa da mobilidade urbana como ferramenta fundamental”, justiçou.
Costa recordou ainda a decisão de “travar o processo em curso de concessões e subconcessões [nos transportes], desenhados meramente numa lógica financeira”. “Claro que temos de ter contas certas, mas a função de empresa de transportes é transportar pessoas. É por isso que foi possível inverter uma tendência de perda de clientes que ia nos 14%. Recuperámos já 12% dos cientes”, afirmou.
Para o primeiro-ministro, outro “passo fundamental” para o lançamento da expansão do metro do Porto foi “a descentralização de competências de transportes para Áreas Metropolitanas”. “Não é possível gerir uma Área Metropolitana se não se gerir sistema de transportes”, observou.
Segundo Costa, foi também “necessário criar as condições financeiras para retomar o crescimento de um equipamento da maior importância como é Metro do Porto”.
“Foi uma ambição de décadas de toda a população da região. Durante décadas aguardou-se pelo projeto. Em 2002 entrou em funcionou. Teve um pequeno crescimento em 2011 [com a extensão até Gondomar] e depois não houve aumento”, descreveu.
Defendendo ser preciso “ir mais longe para servir um maior número de pessoas”, o primeiro-ministro notou que o concurso público hoje lançado para duas novas linhas do Metro do Porto, conta com o financiamento de 100 milhões de euros de fundos da União Europeia.
O projeto conta ainda com o “Fundo Ambiental, em mais de 200 milhões de euros”, para financiar a Linha Rosa, no Porto, e o prolongamento da linha Amarela em Vila Nova de Gaia até Vila d’Este.
“Este projeto de extensão é da maior importância. No lançamento do plano de redução tarifária, muitos diziam que não basta reduzir preços sem aumentar a oferta. Para tal, é preciso alargar a rede e aumentar as composições. Já estivemos aqui a lançar o concurso para 18 novas composições do Metro do Porto”, recordou.
(Notícia atualizada às 15h28)
Comentários