Em comunicado hoje divulgado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros considera "infundadas notícias recentes relacionadas com proibições ou limitações à vinda de emigrantes no verão, em particular para quem reside na Europa".
O objetivo do governo "é que os emigrantes possam vir a Portugal no verão para reencontrar as suas famílias e, como sempre têm feito, para apoiar na recuperação da economia", acrescenta esta nota.
Assim, e no caso particular dos portugueses emigrados em países europeus, "importa recordar que o espaço aéreo dentro da Europa permanece aberto, sendo expectável o gradual reforço das ligações aéreas no continente".
A par, o Governo diz estar a "trabalhar para assegurar que, em qualquer cenário de evolução da situação na fronteira terrestre, venha a ser possível aos portugueses residentes no estrangeiro e com outra residência ou familiares em Portugal deslocarem-se ao nosso país no período de férias de verão".
Este esclarecimento surge depois de, ainda em abril, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, ter esclarecido que o apelo que fez aos emigrantes de que não viessem a Portugal pela Páscoa não se aplica ao período de verão.
A necessidade de esclarecimento teve lugar depois de informação a correr nas redes sociais que dizia que o governo pediu aos emigrantes que não se deslocassem ao país para visitar familiares no período das férias.
"Também perigoso é o vírus da desinformação. No Twitter, por ocasião da Páscoa, tive de fazer um apelo aos compatriota que residem no estrangeiro, e o apelo foi que não visitassem Portugal nesse período. (...) Esse apelo referia-se apenas à Páscoa. Infelizmente tenho notícia de que ele [o apelo] está a ser reproduzido agora em redes sociais, sugerindo que esse apelo diz respeito às próximas férias de verão. E queria aqui dizer com toda a clareza que isso é falso".
A mesma ideia foi reiterada esta semana pelo ministro quando prestou declarações na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.
Durante o período de Páscoa Portugal encontrava-se em Estado de Emergência, iniciado a 19 de maio e prorrogado duas vezes, tendo entrado este domingo, 3 de maio, em situação de calamidade.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Cerca de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.114 pessoas das 27.268 confirmadas como infetadas, e há 2.422 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
(Notícia atualizada às 13:43 com os números mais recentes do boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, referentes a casos até 8 de maio de 2020)
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