"O Governo português manifesta ainda a sua total solidariedade para com o povo e Governo da Somália no combate ao flagelo do terrorismo", adianta o Ministério dos Negócios Estrnageiros (MNE), em comunicado divulgado hoje.

Pelo menos 92 pessoas morreram e 128 ficaram feridas no sábado pela explosão de um carro num posto de controlo de estrada em Mogadíscio, capital da Somália, segundo balanço de fontes médicas.

Entre os mortos há dois engenheiros de nacionalidade turca, que no momento da explosão realizavam obras na estrada que une Mogadíscio a Afgoye, e pelo menos 17 estudantes da Universidade de Benadir, um estabelecimento de ensino superior privado, que se encontravam dentro de um miniautocarro a atravessar o cruzamento.

O atentado ocorreu às 08:00 locais (05:00 em Lisboa), quando um presumível suicida fez rebentar o veículo perto de uma repartição de impostos, num posto de controlo utilizado por veículos que saem e entram em Mogadíscio a partir da cidade de Afgoye.

Era hora de ponta de um dia de trabalho. Portanto, à volta da área em que ocorreu a explosão, havia numerosos carros-patrulha, estudantes e vendedores ambulantes de um estimulante vegetal muito consumido na Somália, disseram diversas testemunhas.

O ataque de sábdo foi o terceiro mais mortífero da história recente de Mogadíscio, apenas superado pelo de Zoobe e, em outubro de 2011, pela explosão de um suicida, que pertencia ao grupo 'jihadista' Al Shabab, e que matou mais de uma centena de pessoas.

Até ao momento, nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria do sucedido, apesar de o grupo 'jihadista' Al Shabad se ter manifestado contra a construção desta estrada.

Mogadíscio sofre frequentemente atentados do Al Shabad, organização terrorista que se filiou em 2012 na rede internacional Al Qaeda e que controla parte do centro e sul da Somália, onde aspira a instaurar um Estado islâmico de cariz 'wahabi' (ultraconservador).

A Somália vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohamed Siad Barré, o que deixou o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra.