"O Governo português apresenta as condolências ao presidente Raul Castro, irmão de Fidel Castro, à família e a todo o povo cubano", disse à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
O histórico líder cubano, Fidel Castro, morreu na noite de sexta-feira, 25 de novembro, aos 90 anos, às 22:29 locais (03:29 de sábado em Portugal continental) e já foram várias as reações e condolências apresentadas por diversos líderes políticos mundiais.
"É uma personalidade histórica de Cuba cuja morte devemos lamentar", considerou o ministro.
Santos Silva referiu que "a História avaliará os méritos e os deméritos do papel de Fidel Castro e da natureza do regime".
Questionado se prevê alguma abertura do regime cubano no futuro, o chefe da diplomacia portuguesa disse não prever "nenhuma evolução súbita da situação em Cuba", mas referiu esperar que Raul Castro "continue este caminho de abertura e de diálogo que possa levar a que, tão cedo quanto possível, seja levantado o bloqueio norte-americano a Cuba".
A transição do poder de Fidel para o seu irmão Raul "foi bastante bem feita e natural", até porque o atual Presidente cubano já exercia funções no Governo de Cuba, comentou o ministro.
Santos Silva salientou a amizade que Fidel Castro tinha pelos portugueses, recordando as suas origens galegas.
O antigo líder cubano "sempre teve palavras de muito apreço pelos portugueses", disse o ministro, que notou que o Presidente português deve ter sido das últimas personalidades a contactar pessoalmente com Fidel Castro, no encontro que os dois mantiveram durante a visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa a Cuba, no final de outubro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros salientou que Portugal e Cuba têm "boas relações políticas".
Portugal tem "um interesse muito próprio" no desenvolvimento da cooperação com a América Latina e com as Caraíbas, e Cuba "sempre foi um ponto de facilitação desse relacionamento", referiu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros comentou também que algumas empresas portuguesas "foram das primeiras a beneficiar de desenvolvimentos em matéria económica do lado de Cuba".
Santos Silva disse não estar ainda definida a forma como Portugal se fará representar no funeral de Fidel Castro.
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