O líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, foi hoje recebido pelo primeiro-ministro, António Costa, a propósito das medidas a aplicar devido à evolução da pandemia e afirmou aos jornalistas que não acompanha “este ritual do medo e da histeria coletiva” porque “não há nenhuma razão plausível para o alarme social”.
Questionado sobre se está a ser equacionado pelo Governo a vacinação dos mais novos — numa altura em que Bruxelas está a aguardar luz verde da Agência Europeia de Medicamentos sobre a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos contra a covid-19 -, o líder do CDS-PP respondeu que “sobre as crianças o Governo não tem nada planeado para já”.
“Até ao Natal, o compromisso que o Governo fez também com o CDS é que iria priorizar a terceira dose ao grupo dos mais idosos e aqueles que ao longo dos últimos tempos têm perdido eficácia na vacina de acordo com os estudos que vieram a ser revelados também pelos mesmos especialistas”, referiu.
De acordo com Francisco Rodrigues dos Santos, “no quadro da preparação do Natal e até ao final do ano, a prioridade que o Governo se comprometeu perante o CDS é que vai encetar todos os esforços e mobilizar os meios necessários para organizar uma vacinação massiva que proteja os mais idosos”.
“Tivemos ocasião de colocar essa pergunta ao senhor primeiro-ministro porque, de acordo com os dados que foram facultados pelos especialistas na semana passada, a maior incidência do vírus ocorre nessa janela, dos cinco aos 11 anos”, afirmou.
No entanto, segundo o líder centrista, como “a letalidade é quase zero nessas faixas etárias” entendeu-se, na opinião do Governo, “seguir a prioridade dada aos grupos que são mais vulneráveis ao vírus”.
Hoje, antes de iniciar esta ronda com os partidos, numa breve declaração aos jornalistas à margem do 9.º Congresso Nacional dos Economistas, em Lisboa, António Costa recusou antecipar novas medidas para conter a pandemia de covid-19, remetendo um eventual anúncio para quinta-feira, quando se reúne o Conselho de Ministros, e depois de consultados os partidos.
“Hoje não é dia de falar, hoje é dia de ir ouvir os partidos, amanhã continuar a ouvir os partidos e quinta-feira falarei”, disse o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro, António Costa, recebe, entre hoje e quarta-feira, os partidos com representação parlamentar sobre a situação epidemiológica em Portugal, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19, antes de o Governo aprovar medidas.
Para além do chefe do executivo, estão nestas reuniões a ministra de Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva, a ministra da Saúde, Marta Temido, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
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