A paralisação dos técnicos de emergência pré-hospitalar tem como objetivo reivindicar o cumprimento dos direitos laborais e a revisão da carreira, com o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar a prever um "grande transtorno” no serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

A paralisação vai decorrer por tempo indeterminado e, tendo em conta que é apenas às horas extraordinárias, não há lugar a serviços mínimos, mas, segundo o sindicato, os técnicos garantirão a operacionalidade dos meios do INEM em caso de catástrofe ou numa situação excecional.

De acordo com o sindicato, estes profissionais do INEM pretendem a revisão da carreira, de acordo com o compromisso do Ministério da Saúde assumido no final de 2022 e que levou ao levantamento da greve que decorreu na altura.

Em declarações aos jornalistas à margem da inauguração da Unidade de Saúde Mental Comunitária de Loures, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que, tal como acontece com todas as carreiras profissionais na área da saúde, o Governo está a trabalhar com os sindicatos para fazer os ajustes às carreiras que se justificam.

“Eu reconheço que a atividade dos técnicos de emergência pré-hospitalar é muito dura, muito esforçada”, disse, observando que a estrutura de emergência hospitalar está “muito desenvolvida” comparativamente ao que existia há alguns anos, o que exige “um grande esforço dos profissionais”.

Por isso, vincou: “Estamos a trabalhar para encontrar um modelo de compensação que pareça adequado”.

O ministro assegurou ainda que o Governo está aberto a encontrar com “os sindicatos médicos, como com todos os outros, uma plataforma de entendimento que seja boa para o Serviço Nacional de Saúde”.

“E para ser boa para o Serviço Nacional da Saúde tem que ser também boa para os profissionais. É um diálogo, obriga a cedências de parte a parte e a pontos de encontro de parte a parte”, salientou Manuel Pizarro.

Os efeitos da greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) estão a fazer-se sentir por todo o país, com ambulâncias paradas na Área Metropolitana do Porto, Lisboa, Viseu, Coimbra e Algarve, segundo o sindicato.

Em declarações à Lusa num primeiro balanço da greve ao trabalho extraordinário, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, contou que algumas ambulâncias encerraram à meia-noite e, passado o turno que deveria ter começado às 08:00, permanecem encerradas.

“E assim permanecerão o resto do dia”, acrescentou o responsável, que disse que esta situação espelha o descontentamento dos TEPH, que desta forma querem “passar uma mensagem clara ao INEM e ao Governo de que pretendem ver as suas reivindicações satisfeitas”.