"Envolver as juntas de freguesia nas questões da Proteção Civil é fundamental. São os presidentes da junta que estão mais próximos das populações", afirmou à agência Lusa Jorge Gomes.

Nesse sentido, o secretário de Estado da Administração Interna, que visitou hoje à tarde o quartel dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela, em Loures, referiu que a tutela se prepara para lançar um protocolo com a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) para dar formação aos presidentes de junta de freguesia de todo o país.

"Muito brevemente, vamos criar manuais destinados aos elementos da junta e criar também a figura do orientador de catástrofes. Ou seja, o presidente da junta de freguesia, como conhecedor do território irá dar indicações a todas as entidades de socorro", explicou, acrescentando que "já decorrem reuniões de trabalho para desenhar o modelo".

O governante adiantou também que está a decorrer encontros entra a tutela, a Liga dos Bombeiros Portugueses e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para sejam ultrapassadas "alguns obstáculos" relativos à inspeção e vistoria de viaturas.

"Queremos simplificar o processo e evitar que hajam casos em que se demore dois ou três meses para inspecionar uma viatura", apontou.

Durante a visita ao quartel dos bombeiros da Portela e Moscavide, Jorge Gomes prometeu ao presidente da direção procurar uma solução de financiamento para o arranjo do teto do edifício, uma intervenção orçada em 30 mil euros.

Além desta questão, os bombeiros queixaram-se da falta de apoios da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para a prestação dos serviços de socorro.

"Nós temos um orçamento anual de 700 mil euros. Desta verba a ANPC só nos financia 8%. A Câmara de Loures financia 40% e é graças a ela que conseguimos manter isto a funcionar", afirmou à Lusa o presidente da direção dos bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela, António Augusto.

O responsável queixou-se ainda do facto da ANPC ter rejeitado uma candidatura da corporação a fundos comunitários, no valor de 190 mil euros, destinado à aquisição de uma viatura todo o terreno.