O executivo quer diminuir a utilização do papel e vai distribuir, por carta, informação para os cidadãos responderem pela Internet, “em alternativa” à “distribuição de questionários porta a porta”, explicou na quarta-feira, no parlamento, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
No debate da proposta, na quarta-feira, em quer todas as bancadas estiveram de acordo com a proposta, Tiago Antunes explicou aos deputados que o objetivo é “aumentar a taxa de resposta por meios eletrónicos”, que, no Censos de 2011, já rondou os 50%.
Apesar desta aposta nas respostas eletrónicas, continuará a existir grande número de recenseadores que vão percorrer o país, trabalho que envolve câmaras e juntas de freguesia e que a lei regulamenta.
Esta mudança ajudará a gastar menos papel e permitirá reduzir os custos com pessoal, acrescentou ainda o secretário de Estado que não revelou o valor estimado para esta “operação estatística”, como lhe chamou.
O Censos 2021, adiantou Tiago Antunes, vai adaptar-se à recente legislação europeia sobre a proteção de dados pessoais e permitirá, a partir de 2024, uma atualização anual da base de dados a partir da “informação que a administração pública já hoje dispõe”.
Tal como em edições anteriores, o Instituto Nacional de Estatística (INE) vai garantir "a conceção, direção e execução dos Censos 2021", cabendo às câmaras municipais a "organização, coordenação e controlo das tarefas de recenseamento na área de jurisdição do respetivo município", em cooperação com as juntas de freguesia, lê-se no texto da proposta de lei.
O diploma, aprovado em Conselho de Ministros em 20 de setembro, antes de ser enviado ao parlamento, define as responsabilidades pela execução do Censos 2021 e fixa os “dispositivos específicos” para assegurar os recursos financeiros e humanos necessários, indica o comunicado.
Está prevista a possibilidade de as autarquias locais “facultarem os meios e as infraestruturas de apoio necessários” à realização dos recenseamentos, como em edições anteriores.
O texto da lei não prevê ainda os custos do Censos, que implica o "recrutamento temporário de milhares de pessoas, em especial de recenseadores", remetendo essa responsabilidade para o INE, com implicações entre 2019 e 2021.
Em Portugal, o recenseamento geral da população realiza-se, de forma harmonizada a nível internacional, desde 1864, e passou a fazer-se de dez em dez anos a partir de 1890, descreve o executivo no texto da proposta de lei.
A partir de 1970, o recenseamento da população passou a fazer-se simultaneamente com o recenseamento da habitação, designando-se o conjunto das duas operações estatísticas por “Censos”, com identificação do ano de referência, acrescenta.
O recenseamento geral da população realiza-se de 10 em 10 anos e o anterior foi realizado em 2011.
A população residente em Portugal em março de 2011 era de 10.562.178 pessoas, um crescimento de 2% em relação a 2001 e que assenta sobretudo na imigração, segundo os resultados divulgados pelo INE.
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