Numa fase difícil para a Cultura, em consequência da pandemia de covid-19, Fernando Pinto disse à agência Lusa que o Museu do Douro está a reinventar-se, “fundamentalmente na sua relação com a região”.

“É fundamental que as pessoas mantenham o contacto com a cultura”, sublinhou.

Com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, o museu apostou, em dezembro, numa exposição de 324 fotografias de Rui Pires, que tem um núcleo de 40 fotografias impressas sobre tela na sala de exposições temporárias, mas que se estende também ao ar livre, ao jardim e ao cais fluvial da Régua, através de imagens colocadas em estruturas retroiluminadas.

Neste momento, em que por causa do confinamento geral se encontra de portas fechadas ao público, a instituição está também, segundo o responsável, a “preparar-se para que possa atuar ainda com mais força” na fase de reabertura.

“O museu mantém o trabalho de preparação para o futuro, quer a digitalizar, preparar novas ações, quer na museologia, quer no restauro e a preparar os serviços educativos, de modo a que se possa reafirmar com mais força quando a pandemia passar”, salientou.

Decorrem também, acrescentou, as obras na antiga panificadora da Régua, onde vai nascer o Centro de Artes do Saber Fazer (CRIVO) que terá como missão divulgar os criadores da região, gerar oportunidades de negócio e desenvolver ações de formação.

“Nós estamos a fazer uma gestão cuidada, readaptando os serviços e o trabalho a este condicionalismo, com o objetivo de desempenhar a nossa missão na região com a manutenção dos postos de trabalho”, salientou.

Fernando Pinto tem 77 anos é viticultor e está aposentado. Foi professor e esteve à frente da Adega Cooperativa de Peso da Régua - Caves do Rodo e da União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro (Unidouro).

O despacho, publicado hoje em Diário República (DR) e assinado pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, produz efeitos a 15 de maio de 2020, data em que terminava o mandato do conselho diretivo da FMD. Antes de março, altura em que começou a crise pandémica, o conselho de fundadores já tinha aprovado, por unanimidade, a recondução.

O Governo reconduziu também os vogais José Manuel Gonçalves, presidente da Câmara do Peso da Régua, e António Saraiva, presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), que foram propostos respetivamente pelos municípios e pelas demais pessoas e entidades de natureza privada que integram o conselho consultivo.

Em 2015, a nomeação de Fernando Pinto aconteceu depois de uma alteração estatutária que transformou a FMD numa fundação pública de direito privado, e que foi muito contestada na região.

A FMD, criada em 2006, esteve incluída na lista de extinções anunciada pelo Governo PSD/CDS, acabou por manter a sua atividade, mas teve de proceder a uma revisão estatutária para se adaptar à nova lei-quadro das fundações que está em vigor desde 2012.

O presidente do conselho diretivo da FMD é designado pelo membro do Governo responsável pela área da cultura, depois de ouvido o conselho consultivo, e possui um mandato de cinco anos.

O projeto do Museu do Douro foi criado em 1997 na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República.