Al Sharaa realizou esta tarde, em Damasco, capital da Síria, uma reunião entre as diferentes fações militares envolvidas na coligação que derrubou o regime de Bashar al Assad em 08 de dezembro, e da qual resultou a nomeação de Marhaf Abu Qasra, conhecido pelo nome de guerra Abu al Hasan al Hamawi, para a Defesa, informou a televisão síria controlada pela oposição.

Horas antes, foi o gabinete político de Al Sharaa que anunciou um novo chefe da diplomacia síria: Asaad Hasan al Shaibani, anteriormente conhecido pelo nome de Zaid al Attar.

Ambos são homens de confiança do novo líder da Síria.

Na reunião com os diferentes grupos militares, que incluía mais de 30 homens – a grande maioria fardados -, e com Abu Qasra ao seu lado, Al Sharaa assegurou que “as fações vão fundir-se numa única instituição sob a liderança do Ministério da Defesa no novo exército”, segundo a televisão.

Abu Qasra é o comandante militar da Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e uma das figuras-chave por detrás da ofensiva que derrubou o regime de Bashar al Assad em apenas doze dias.

Liderou diferentes fações, tanto as da aliança islamista, como as dos rebeldes sírios apoiados pela Turquia no Exército Nacional Sírio (SNA), para obter ganhos surpreendentes em todas as áreas que o regime de Assad controlava.

Por outro lado, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros trabalhou em estreita colaboração com Al Sharaa nos últimos anos em Idlib, uma província do noroeste da Síria que era o bastião da oposição no país.

O novo ministro da Defesa foi o chefe do Departamento de Assuntos Políticos do Governo de Salvação, a autoridade estabelecida em Idlib e esteve envolvido na sua fundação.

O Governo de Salvação é uma administração criada em 2017, em Idlib, uma espécie de ramo político do HTS (herdeiro do afiliado sírio da Al-Qaida) que, desde então, impôs o seu poder nessa província e estava encarregado dos assuntos dos sírios que não podiam regressar às zonas do anterior regime.

Esta é a primeira vez que são conhecidos os nomes reais dos novos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, que usavam pseudónimos.