A doação foi aprovada na reunião de hoje do Conselho de Ministros, segundo um comunicado do executivo.
“Tendo em conta a gravidade da situação e os laços históricos e de amizade que unem Timor-Leste e Moçambique, o Governo manifesta a sua solidariedade para com o povo de Moçambique e aprova o montante de um milhão de dólares americanos para apoiar na resposta às necessidades causadas pela passagem do Idai”, refere o comunicado.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida.
Na segunda-feira o Parlamento Nacional timorense aprovou um voto de pesar e de solidariedade com Moçambique, apelando ao Governo para que canalizasse apoio financeiro para apoiar pessoas em risco e ajudar a recuperar infraestruturas básicas.
“O Parlamento Nacional recomenda ao Governo de Timor-Leste que desencadeie os mecanismos disponíveis no quadro do auxílio internacional de modo a que, com a maior brevidade possível, seja canalizada a ajuda necessária às pessoas em risco e à reconstrução das infraestruturas destruídas”, refere a nota de apesar.
Na semana passada, um grupo de moçambicanos e de amigos de Moçambique em Timor-Leste reuniu e enviou quase 16 mil dólares para apoio às vítimas do Idai, estando a decorrer uma segunda recolha de fundos, explicou à Lusa a organizadora da iniciativa.
“Conseguimos em dois dias juntar 15.750 dólares, com 47 contribuições individuais e conjuntas, que foram hoje transferidos através do BNU em Timor-Leste para o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique”, explicou Nurima Alkatiri, ex-deputada da Fretilin, que liderou a iniciativa.
A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) tinha já, separadamente, feito um envio de apoio para Moçambique, transferido para o partido Frelimo.
As autoridades moçambicanas adiantaram que o ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.
Entre os danos materiais, as autoridades moçambicanas registam mais de 90 mil habitações atingidas, das quais 50.619 ficaram totalmente destruídas, 24.556 parcialmente destruídas e 15.784 inundadas.
Foram ainda danificadas ou destruídas 3.202 salas de aulas, afetando 90.756 alunos, bem como 52 unidades de saúde e quase 500 mil hectares de terras ficaram inundadas.
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