O programa de regadio representa, segundo o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luis Capoulas Santos “um investimento global, na ordem dos 500 milhões de euros”, dos quais metade está garantida “através do PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) 2020” e o restante está a ser negociado “com o Banco Europeu de Investimento, através do plano Juncker”.
De acordo com o Governante o programa permitirá irrigar cerca de “90 mil hectares [de terrenos agrícolas] de Norte a Sul do país“, mas, sublinhou, “ incidirá sobretudo sobre a ampliação do projeto do Alqueva em mais 47 mil hectares”.
Segundo o ministro o Ministério da Agricultura tem já “uma listagem de projetos que excedem, até em muito o financiamento” disponível, e que serão selecionados tendo em conta “o custo/benefício”.
A primeira tranche de projetos serão selecionados “até ao final deste mês” e a lista definitiva de investimentos será conhecida “no primeiro trimestre [de 2017] ”, adiantou Capoulas Santos.
O ministro falava em Óbidos à margem da cerimónia da delegação de competências para a assinatura do contrato para a Rede de Rega de Óbidos e lançamento do concurso para a construção do Bloco de Rega da Amoreira
A obra integra-se na construção da Rede de Rega do Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos e Amoreira (terrenos agrícolas que se estendem entre os concelhos de Óbidos e Bombarral), num investimento de 28 milhões de euros, dos quais 22,2 milhões comparticipados pelo Programa de Desenvolvimento Regional (PRODER).
A rede irá irrigar 1185 hectares de culturas hortícolas e frutícolas dos concelhos de Óbidos e Bombarral, beneficiando cerca de 900 agricultores.
O projeto inclui a construção de uma estação elevatória (atualmente em obra) orçada em 3.259.256,57 euros e dois blocos de rega: o de Óbidos, com um custo de 8.732.000,42 euros e o da Amoreira, adjudicado por 4,2 milhões de euros.
Serão ainda 40 quilómetros de caminhos agrícolas e uma rede de drenagem com uma extensão de 10 quilómetros.
A rede de rega, reivindicada pelos agricultores há 30 anos, é, segundo o presidente da câmara de Óbidos, Humberto Marques, “o maior investimento alguma vez feito no concelho” e permitirá ”triplicar a rentabilidade” aumentando o cultivo de hortícolas e frutícolas para “30 a 40 toneladas por hectare”.
A rede de rega vem juntar-se à construção da Barragem do Arnóia, uma obra de 6,5 milhões de euros, concluída desde 2005.
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