“A abertura do concurso, da responsabilidade operacional da Direção Geral de Recursos Naturais (DGRN), deverá ocorrer até final do corrente mês de janeiro”, informou o Ministério do Mar, depois de ter sido questionado pela agência Lusa.
Segundo a tutela, a verba está inscrita no Orçamento do Estado para 2018 e insere-se num plano mais vasto de investimentos em proteção portuária, melhoria das condições de desembarque e dragagens, com intervenções ao longo da costa.
A obra na Ericeira, com prazo de execução estimado em 14 meses, contempla a requalificação e proteção do molhe exterior e dragagens na bacia portuária e vai ser apoiada com fundos comunitários, através do Programa Operacional MAR2020.
Desde há três anos que os pescadores têm dificuldades em pescar, por as embarcações não conseguirem sair da zona portuária nem entrar, devido ao seu assoreamento e ao desprendimento de blocos na entrada do molhe, agravados pelo mau tempo ocorrido em janeiro de 2014.
Numa portaria publicada em Diário da República na terça-feira, os Ministérios das Finanças e do Mar autorizaram a DGRN a assumir a responsabilidade da obra e a repartir os encargos, acrescidos de IVA, pelos anos de 2017 (300 mil euros) e 2018 (2,7 milhões de euros).
“O estado de grande degradação na cabeça do quebra-mar, com remoção de diversos blocos cúbicos e estragos relevantes em alguns troços, exige trabalhos de recuperação urgentes, pois a ação de novos temporais sobre o quebra-mar, sem a intervenção que se impõe, agravará a sua atual condição e aumentará significativamente o investimento da sua recuperação”, reconhece o Governo na portaria.
A situação impõe, por isso, a necessidade de “realizar a dragagem de areia e remover blocos soltos na zona de entrada do porto e na zona de acesso e manobra das embarcações, por forma a garantir a navegação em condições de segurança e manter assim a operacionalidade portuária”.
Já em outubro de 2015, o anterior Governo tinha autorizado a obra, repartindo os seus encargos pelos anos de 2015 e 2016, mas o concurso acabou por não ser lançado, com a entrada em funções do atual Governo.
A portaria agora publicada justifica que “não foi possível à DGRM dar início ao procedimento contratual, determinando assim a impossibilidade da celebração do contrato e, em consequência, o não cumprimento do escalonamento previsto”.
Apesar de questionado pela Lusa, o Ministério do Mar recusou explicar os motivos do atraso das obras, esclarecendo apenas que “a atualização dos volumes a dragar e o levantamento das necessidades de investimento no molhe exterior foi trabalho de preparação elaborado ainda em 2017”.
Na Ericeira, existem mais de meia centena de pescadores e 20 embarcações.
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