Entre esses grupos, está aquele formado por antigos Presidentes latino-americanos e uma ex-Vice-Presidente, que não puderam viajar para a Venezuela na sexta-feira depois de o avião da companhia aérea Copa Airlines em que viajavam ter sido impedido de descolar do Panamá, segundo a agência de notícias EFE.
O grupo esclareceu que participavam nas eleições venezuelanas como “convidados” da oposição, uma vez que não podiam se registar legalmente como observadores.
“Dissemos claramente que íamos, ou queríamos chegar, à Venezuela como convidados de Edmundo (González Urrutia) e María Corina Machado. Era um acompanhamento, (…) não íamos como observadores, porque obviamente não tivemos essa possibilidade de inscrição perante o Conselho Nacional Eleitoral” venezuelano, disse a ex-Vice-Presidente da Colômbia Marta Lucía Ramírez, na capital panamiana.
A ex-Vice-Presidente colombiana fez as suas declarações numa conferência de imprensa no Palácio Presidencial com os ex-Presidentes Mireya Moscoso do Panamá, Miguel Ángel Rodríguez da Costa Rica, Jorge Quiroga da Bolívia e Vicente Fox do México, poucas horas depois de abandonarem o avião da Copa Airlines.
Segundo o Governo do Panamá, o impedimento de voar deveu-se ao facto de o Governo da Venezuela “bloquear o espaço aéreo” do país e “reter aviões” da companhia aérea Copa, incluindo aqueles em que viajavam estes ex-Presidentes, “pelo período de várias horas”, devido a “questões políticas alheias” e após uma decisão “unânime” do Executivo venezuelano.
Esses dirigentes fazem parte do grupo Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (IDEA) e iam às eleições desse domingo em apoio à candidatura de Edmundo González Urrutia, líder da coligação de oposição Mesa de Unidade Democrática Unitária (MUD).
De Caracas, a principal coligação de oposição da Venezuela, a MUD, condenou o impedimento imposto aos mandatários latino-americanos de viajarem para o seu país.
“Condenamos veementemente este facto porque, reiteramos, se há uma coisa que nós, democratas, queremos no nosso país, é que haja um processo de votação limpo, imaculado e transparente, do qual todos nos possamos orgulhar”, disse a membro da oposição Delsa Solórzano, numa teleconferência.
A delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, onde está integrado o eurodeputado português Sebastião Bugalho, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois expulsa do país, adiantaram na sexta-feira fontes do PPE.
A Venezuela impediu também a entrada de uma delegação de parlamentares do Partido Popular espanhol (PP) que também tinha sido convidada pela oposição para estar presente nas eleições de domingo.
Deputados, eurodeputados e senadores do PP, liderados pelo eurodeputado Esteban González Pons e pelo porta-voz do PP no Congresso, Miguel Tellado, deslocaram-se à Venezuela para assistir às eleições presidenciais deste domingo.
Segundo fontes do PP, as autoridades locais informaram que foram proibidos de entrar no país e foram deportados, pelo que tiveram de regressar a Espanha.
A senadora colombiana Angélica Lozano e a ex-presidente da Câmara de Bogotá Claudia López denunciaram na sexta-feira que foram deportadas da Venezuela, país onde chegaram para se encontrarem com a líder da oposição María Corina Machado, e que os seus passaportes foram retidos durante uma hora e meia.
O Governo chileno enviou uma nota de protesto ao Governo venezuelano por ter impedido a entrada no país dos senadores Felipe Kast (centro-direita) e José Manuel Rojo Edwards (extrema-direita), convidados pela oposição venezuelana.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador venezuelano no Chile, Arévalo Méndez, para entregar uma nota de protesto porque os senadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast não foram autorizados a entrar naquele país”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros num breve comunicado.
Kast, do partido Evópoli, informou nas suas redes sociais que seriam deportados por não reunirem “o perfil ou as condições de entrada no país”.
A Presidência do Senado chileno assegurou que os acontecimentos são “antidemocráticos” e “denotam a maior gravidade” porque “os senadores chilenos têm todas as condições normalmente exigidas pela República Bolivariana da Venezuela para entrar no seu território”.
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