Graça Freitas regressa ao trabalho na segunda-feira. Tinha sido substituída por Rui Portugal enquanto recuperava da covid-19.
Em entrevista ao jornal Sol, Graça Freitas disse sentir-se grata por ter passado bem pela infeção de covid-19 e sublinhou que, mesmo com todos os cuidados, como diz ter tido, o risco nunca é nulo.
Sobre as medidas de combate à covid-19 nesta altura de festividades, a responsável não esconde reocupação, mas considera que as medidas são equilibradas e que os cidadãos têm a informação necessária para se protegerem.
Dia 16 de dezembro, uma fonte oficial da Direção-Geral da Saúde (DGS) disse ao SAPO24 que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, estava em "franca recuperação" da covid-19. Dos quatro casos identificados na DGS dois já voltaram ao serviço.
A diretora-geral da Saúde testou positivo para o coronavírus SARS-CoV-2 a 2 de dezembro, numa altura em que foram detetados três casos na sede instituição.
Tal como os outros três casos, a diretora-geral da Saúde recuperou da doença ligeira em casa, adianta a mesma fonte. Destes casos, dois já tiveram alta clínica e regressaram ao serviço.
Graça Freitas diz que foi "extremamente cuidadosa desde o início", que limitou com uma fita o gabinete, comia sozinha no gabinete ou "quando muito partilhava com outra pessoa, mas a grande distância".
"Estava convicta de que ter esses cuidados me iria proteger, apesar de dizer frequentemente que não há risco zero. E isso é uma das coisas que ficam: não há. Podemos fazer imensa coisa para reduzir, uma medida só nunca chega, mas podemos ser confrontados com sermos infetados mesmo tomando todas as precauções. Houve um dia em que uma colega me ligou e me disse: estivemos na mesma sala e eu estou positiva. Já não a via há muitos dias e, naquele, calhou estarmos na mesma sala".
A responsável diz que criou uma série de rotinas na vida para reduzir a probabilidade de infeção. "Naquele dia tínhamos um trabalho para acabar. Eu estava no meu piso e três especialistas estavam no piso 3, numa videoconferência. Fui assistir ao final. Estávamos todos com máscara. Uma das pessoas estava doente e não sabia", conta, acrescentando: "Não estávamos muito perto, estávamos a metro e meio, talvez. No conjunto, estávamos a cumprir as regras".
Graça Freitas diz ter ficado surpreendida com a situação. "Não sei exatamente como foi, ninguém sabe. Penso que como estavam a trabalhar há bastante tempo numa sala que não é grande pode não ter havido o arejamento suficiente. É uma teoria. Mas não estive lá mais de meia hora e quando saí para o gabinete não tinha a sensação de que tivesse estado numa situação de risco. (...) Saí completamente descansada. A reunião foi na sexta e a colega telefonou-me no domingo", diz ao Sol.
A diretora-geral da Saúde diz que vigiou muito bem os sintomas, com a ajuda de um oxímetro. "Aconselhamos a ter [um oxímetro em casa] porque ajuda, dá um dado objetivo. Bebi muita água, o próprio corpo pedia, apesar de não ter febre. Não senti um cansaço extremo, mas senti uma necessidade de repouso. É uma sensação de vulnerabilidade. Durante uns dias, não sabemos o que vai acontecer, e essa incerteza é pesada".
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