Segundo a agência France Presse, a embarcação deixou o porto de Plymouth, no sul de Inglaterra, às 15:00, para uma travessia de duas semanas, que levará a jovem ativista pelo clima aos EUA, onde vai participar numa cimeira mundial das Nações Unidas, que acontece em setembro em Nova Iorque, onde a ONU tem sede.

A sueca de 16 anos, na origem de um movimento mundial de estudantes, que se uniram numa greve climática para pressionar a ação dos Governos em defesa do clima, recusou-se a viajar de avião, devido à poluição que provoca, e procurou uma alternativa ambientalmente sustentável, tendo optado por viajar de barco, num veleiro completamente ecológico, equipado com painéis solares e turbinas submersas que geram eletricidade sem dióxido de carbono.

O barco, Malizia II, foi cedido gratuitamente para a viagem pelo filho da princesa Carolina do Mónaco, Pierre Casiraghi.

A viagem promete ser difícil para “a novata” Greta Thunberg, mas antes de partir afirmou sentir-se pronta para enfrentar os enjoos e a falta de conforto.

“Sou uma das raras pessoas no mundo que pode fazê-lo, então devo aproveitar a ocasião”, declarou aos jornalistas antes da partida, vestida com o equipamento negro da tripulação do barco.

Concebido para regatas oceânicas, o barco pode atingir os 30 nós (70 Km/hora), mas o capitão conta navegar mais devagar, porque “o objetivo é chegar sãos e salvos a Nova Iorque”, conforme explicou à AFP Boris Herrmann.

Antes da cimeira da ONU a 23 de setembro, Greta Thunberg vai participar em manifestações de jovens e depois seguirá para o Canadá, México e Chile, para uma outra conferência da ONU em dezembro.

“Ainda não sei como vou voltar para casa”, disse a jovem ativista.

Greta Thunberg disse ainda aos jornalistas antes de partir que nos EUA “muitas pessoas não compreendem e não aceitam a ciência”, mas que vai simplesmente fazer o que sempre fez: “ignorá-los e simplesmente dizer o que diz a ciência”.

O seu objetivo é criar um movimento mundial que una as pessoas e as leve a pressionar os dirigentes políticos.

Do seu ponto de vista há motivos para estar otimista, uma vez que “a mentalidade de muitas pessoas evolui”, e “mesmo que não seja suficiente e rápido o suficiente” entende que já é qualquer coisa.

No entanto, garante que não tem nada a dizer ao presidente americano, Donald Trump.

Na viagem, a jovem vai estar acompanhada pelo pai, por um cineasta e por Pierre Casiraghi, neto do falecido rei do Mónaco, Rainer III.

Durante o próximo ano, Greta Thunberg vai fazer uma pausa nos seus estudos para continuar a consciencialização sobre as mudanças climáticas e pressionar os líderes mundiais a intensificar os esforços para conter o aquecimento global.