Questionada pela Lusa, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação assegurou que o “Governo está em contacto” com as partes envolvidas na negociação, destacando que o executivo “continuará os esforços para que as partes se entendam e a greve seja desconvocada”.
Na quarta-feira, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) marcou uma nova greve com efeitos a partir do dia 23 de maio,
"O presidente do sindicato [Francisco São Bento] vai enviar um pré-aviso de greve com efeitos a partir do dia 23 de maio à meia noite e um minuto até que se resolva a situação", afirmou Pedro Pardal Henriques à RTP, vice-presidente da estrutura sindical.
O sindicalista considera que a ANTRAM violou "os princípios da boa fé negocial", acrescentando que a estrutura sindical não vai conceder mais tempo aos patrões.
Na terça-feira, após uma ronda negocial, a ANTRAM tinha anunciado que a associação patronal e o sindicato tinham acordado um pacto de paz social pelo prazo de 30 dias.
Em cima da mesa, segundo o sindicato, esteve uma nova proposta salarial "muito próxima" dos 1.200 euros.
Já o vice-presidente da ANTRAM, Pedro Polónio, socorreu-se na altura do “dever de sigilo” para não avançar valores, mas salientou que a proposta era “substancialmente diferente” da que tinha sido apresentada inicialmente.
Na quarta-feira, a ANTRAM considerou que o sindicato dos motoristas de matérias perigosas teve uma “clara mudança de postura”, após ter apresentado uma contraproposta de 700 euros de salário base, inferior aos 1.200 reivindicados inicialmente por estes trabalhadores.
Em comunicado, a ANTRAM referiu que não vai comentar mais as negociações com o sindicato dos motoristas de matérias perigosas.
Num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, ANTRAM diz que "não teve o intuito de obstaculizar ou prejudicar as negociações que estão a decorrer com este sindicato num clima de boa-fé negocial".
"A ANTRAM apenas voltará a comunicar sobre a proposta que lhe foi apresentada, de forma presencial, aos seus associados, nas reuniões que irão decorrer já na próxima semana, bem como ao SNMMP [Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas] nas reuniões que vierem a ter lugar posteriormente”, adianta.
O caderno reivindicativo dos motoristas incluí, além de uma remuneração base de 1.200 euros, um subsídio de 240 euros e a redução da idade de reforma.
O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.
A arbitragem do executivo fez com que representantes sindicais e empresariais chegassem a acordo, no dia 18, definindo um calendário para o início das negociações, sendo a paralisação desconvocada de imediato.
Durante os três dias de paralisação o sindicato conseguiu mais 200 membros, que são agora mais de 700, num universo de cerca 900.
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