Em declarações à Lusa, Fátima Monteiro disse que os enfermeiros deste hospital “fazem turnos consecutivos e não têm o descanso compensatório, exigindo, por isso, a admissão de profissionais de forma que possam ter horários compatíveis com vida social e familiar, e que cumpram os preceitos legais”.
“Com a passagem às 35 horas já deviam ter sido contratados enfermeiros, mas ainda não foram, embora o Conselho de Administração tenha reportado as necessidades”, afirmou a dirigente sindical, que falava durante uma concentração que reuniu dezenas de enfermeiros à porta do “Pedro Hispano”.
Segundo Fátima Monteiro, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos/Hospital Pedro Hispano “reportou a necessidade de mais 32 enfermeiros e nem para as 35 horas foram contratualizados”.
“Portanto, a iminência é de caos e até de alguma rutura em alguns serviços. E a isto os enfermeiros dizem não, exigem condições de trabalho dignas, porque querem manter a qualidade dos cuidados e a segurança no seu trabalho”, disse.
De acordo com Fátima Monteiro, “os enfermeiros vão dizer não à sobrecarga dos horários, já por si extremamente pesados, e o que vai acontecer é fechar camas ou diminuir até as cirurgias”.
“Não é isso que defendemos, queremos cada vez mais Serviço Nacional de Saúde (SNS), até porque não faltam enfermeiros. O que é preciso é deixar de ter esta cegueira económica e dotar o SNS dos meios necessários”, considerou.
Frisou que “a ULS de Matosinhos reportou para o Ministério da Saúde a necessidade de admissão de 32 enfermeiros para permitir a passagem para as 35 horas. Até agora, por parte do governo, tão pouco autorizaram a substituição dos 40 ausentes”.
“A ULS deve cerca de 23 mil horas aos enfermeiros, já encerrou 15 camas e põe a possibilidade de encerrar mais”, sustentou.
A Lusa contactou a administração do Hospital Pedro Hispano, que mostrou indisponível para declarações.
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