José Carlos Martins, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que promoveu esta greve de dois dias, disse aos jornalistas que as consultas, alguns blocos operatórios e outros serviços programados estão a ser os mais afetados pela paralisação.
Sublinhando que existem hospitais com serviços “totalmente paralisados”, José Carlos Martins disse que este nível de adesão espelha bem o descontentamento desta classe.
A título de exemplo afirmou que a adesão no Hospital de São José, em Lisboa, ronda os 96,8% e que os blocos operatórios só fazem serviços urgentes, tal como no Hospital Santa Maria.
Segundo José Carlos Martins, na consulta externa do Hospital São José, dos 19 enfermeiros escalados só sete estão ao serviço.
O panorama também é semelhante ao longo do país, com uma adesão de 71,9% nas Caldas da Rainha ou 40,6% na Póvoa do Varzim.
Entre os serviços mais afetados estão as cirurgias que não são realizadas e as consultas externas que não funcionam.
Para o sindicalista, estes níveis revelam “um profundo descontentamento dos enfermeiros”.
“Hoje, o ponto é a exigência de resposta política e de medidas concretas para responder a estes problemas que os enfermeiros reivindicam”, disse.
Para José Carlos Martins, “hoje não é mais suportável nada acontecer. Não é possível que o Ministério da Saúde não tome nenhuma medida, designadamente em relação às questões que têm vindo a ser colocadas. Vamos entrar na negociação da carreira, mas simultaneamente, sobre outras matérias relacionadas com o emprego, [o ministério] tem de dar resposta”.
“Se não der, estaremos a negociar a carreira de enfermagem e, simultaneamente, pela solução deste problema”, disse.
José Carlos Martins reconhece que uma nova greve “é sempre possível”. “É sempre uma forma de luta em cima da mesa”, disse.
Questionado pela Lusa, o Ministério da Saúde escusou-se a comentar a adesão à greve.
[Notícia atualizada às 13:55]
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