Catarina Martins falava aos jornalistas em frente do Hospital de São José, em Lisboa, onde hoje o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) fez um balanço da greve que estes profissionais iniciaram hoje.
“Tem faltado ao ministro da Saúde capacidade de dialogar com os vários profissionais de saúde. Temos as questões das carreiras dos enfermeiros por resolver há tanto tempo, mas também com os médicos e os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica”.
Para Catarina Martins, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “não tem sido capaz de resolver as questões das carreiras. Achamos que este é o momento em que o primeiro-ministro devia intervir neste problema”.
A líder dos bloquistas defende a resolução do problema, até porque “o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não funciona sem profissionais de saúde e sem carreiras, que são se elementar justiça”.
De uma forma imediata, Catarina Martins defendeu “a contratação imediata de 1.500 enfermeiros. Tem de acontecer e não pode ficar na gaveta do ministro das Finanças”, disse.
Igualmente presente no local onde o SEP realizou o primeiro balanço da greve que decretou, a deputada Carla Cruz (PCP) classificou de “justa” o protesto dos enfermeiros.
“O que reivindicam é uma questão de resposta imediata, da contratação de profissionais e de enfermeiros. De imediato estão entre 1.000 a 1.500 necessários. São imprescindíveis para a prestação de cuidados de qualidade”, disse.
Segundo Carla Cruz, “há instrumentos que o Ministério da Saúde tem que permitem tomar nas suas mãos a contratação de profissionais, dignificar a carreira destes profissionais e desta forma valorizar o SNS”.
Segundo o SEP, os objetivos desta greve prendem-se essencialmente pela valorização e dignificação dos enfermeiros.
Este sindicato reivindica o descongelamento das progressões, com a contagem dos pontos justamente devidos a todos os enfermeiros, independentemente do tipo de contrato de trabalho.
A contratação imediata de 500 enfermeiros e de mais 1.000 enfermeiros entre abril e maio é outra das reivindicações, assim como “a ocupação integral dos 774 postos de trabalho colocados a concurso” para as Administrações Regionais da Saúde (ARS).
O SEP pretende ainda que seja efetuado “o pagamento do suplemento remuneratório para enfermeiros especialistas em março, com efeitos a janeiro/2018” e “o efetivo pagamento do trabalho extra/horas a mais em março e abril”.
A obrigatoriedade do cumprimento da legislação sobre horários de trabalho, em todas as instituições e a manutenção da missão das Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) são outras das medidas que os enfermeiros pretendem ver concretizada.
A 13 de março, o Ministério da Saúde assinou com os sindicatos dos enfermeiros um protocolo negocial para a revisão das carreiras de enfermagem.
Apesar desta assinatura, o SEP decidiu manter a paralisação, pois as negociações com vista à revisão das carreiras é apenas “um dos 15 pontos que levaram à marcação da greve”, disse então o dirigente deste sindicato José Carlos Martins.
A greve, marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou no turno da manhã de hoje e termina às 24:00 de sexta-feira.
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