De acordo com Mário Centeno, que falava hoje na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social, na “saúde, onde têm havido greve nos enfermeiros foram adiadas perto de 5.000 cirurgias” e “esses mesmos hospitais processaram já 2.600 cheques-cirurgia”.
Os cheques-cirurgia são vales passados pelos hospitais públicos que permitem aos utentes fazerem as suas cirurgias noutro hospital, neste caso que não esteja a ser afetado pela greve dos enfermeiros aos blocos cirúrgicos.
Na semana passada, durante o debate parlamentar quinzenal, o primeiro-ministro António Costa defendeu não ser aceitável que a greve dos enfermeiros já tenha adiado mais de 5.000 cirurgias programadas - 4.176 segundo o balanço que tinha até dia 7 de dezembro considerando que “ninguém pode morrer pelo exercício do direito à greve”.
António Costa disse ainda na ocasião que, se não houver mais cancelamentos, será possível fazer as cirurgias anuladas até final do primeiro trimestre de 2019.
A “greve cirúrgica” dos enfermeiros, que se iniciou a 22 de novembro, está a decorrer nos blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.
Os enfermeiros têm apresentado queixas constantes sobre a falta de valorização da sua profissão e sobre as dificuldades das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, pretendendo uma carreira, progressões que não têm há 13 anos, bem como a consagração da categoria de enfermeiro especialista.
A paralisação foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).
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