“A greve correu como previsto, os trabalhadores desenvolveram a sua atividade apenas durante o turno, o que, normalmente, não é suficiente para o Porto de Lisboa. Temos algum volume de trabalho suplementar, verificaram-se alguns atrasos no despacho dos navios e alguns foram mesmo desviados para outros portos, como Setúbal e Leixões”, disse o presidente do SEAL, António Mariano, em declarações à Lusa.

De acordo com o sindicalista, estava agendada para o dia 24 de maio uma reunião com os trabalhadores e as empresas que pertencem aos grupos Yilport, ETE – Empresas de Tráfego e Estiva, bem como ao TMB - Terminal Multiúsos do Beato, mas tal não se veio a realizar, tendo a mesma sido adiada para a próxima quinta-feira.

Conforme indicado no pré-aviso de greve, para os trabalhadores está em causa a “recusa” das entidades empregadoras em atualizar a tabela salarial, congelada desde 2010 e a constatação de “inúmeras práticas anti-sindicais”.

“As empresas têm dificultado a realização de plenários e recusam-se a aceitar a sindicalização dos trabalhadores”, explicou.

O sindicato acusou ainda um grupo de empresas de aplicar “chantagem” sobre os trabalhadores, querendo levar alguns elementos a aceitar “a assinatura de um contrato individual de trabalho com uma empresa do mesmo grupo”, defendendo que esta atitude figura uma “completa violação do contrato coletivo de trabalho”.

António Mariano referiu ainda que, caso não haja resposta às reivindicações, os estivadores não descartam a possibilidade de avançar com novas formas de luta.

“Não gostaria de antecipar o cenário, mas se não houver entendimento, todas as razões que nos levaram a decretar esta greve mantêm-se”, concluiu.