"Existe uma completa normalidade na distribuição", afirmou Matos Fernandes em conferência de imprensa hoje realizada na sede da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), em Lisboa.

“Atendendo a que estamos num dia de greve e num dia feriado, existe uma completa normalidade na distribuição”, sublinhou, descrevendo que, “a partir de Leça da Palmeira, que abastece essencialmente o grande Porto e o Norte do país já foram feitas […] 98% das cargas que estavam previstas para hoje, e em Sines 95%”.

“Ou seja, mesmo sendo um dia feriado, vai ser ultrapassado o número de cargas que estava previsto”, afirmou.

Matos Fernandes acrescentou ainda que em Aveiro já foram ultrapassadas as estimativas, sendo que “de 41 cargas que havia de serviço mínimos previstos para hoje foram realizadas 43”.

No Barreiro e na CLC, em Aveiras de Cima, o número é menor, mas, “mesmo assim, a meio do dia, foram concretizadas metade das cargas”.

O ministro destacou ainda que, “pela primeira vez, ao fim de quatro dias de greve”, conseguiu-se que “o gasóleo que está em ‘stock’ no Algarve seja igual à média.

“O grande esforço que fizemos teve êxito e existe combustível para que as pessoas, percebendo que estamos no meio de uma greve, possam fazer as suas viagens com segurança e certeza de que não lhes vai faltar combustível”, afirmou.

Matos Fernandes adiantou ainda que "as empresas estão a relatar a chegada de muitos trabalhadores que estavam em greve".

“Comparando com o dia de ontem [quarta-feira], quando houve um caso flagrante de incumprimento dos serviços mínimos e até da requisição civil, que foi o abastecimento do aeroporto de Faro a partir da estação ferroviária de Loulé, hoje isso não se verificou”, referiu

Embora tenha admitido que "as Forças Armadas e as forças de segurança continuam de prevenção" para o caso de isso ser necessário à tarde, Matos Fernandes assegurou que o acompanhamento destas aos camiões-cisterna de combustível "já é só pontual".

“O acompanhamento pelas forças de segurança dos camiões, estando ativo, é neste momento pontual e já há imensos camiões a entrarem e a saírem sem qualquer acompanhamento policial. A esta hora, uma da tarde, só temos conhecimento de um piquete ativo e reduzido na CLC, em Aveiras”, descreveu o ministro do Ambiente.

Os motoristas de transportes de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o quarto dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

A Antram assinou na quarta-feira à noite um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), afeta à CGTP e que não participa na greve de motoristas.

(Notícia atualizada às 15:09)