António Pascoal, do STML, afirmou à Lusa que o socorro está a ser assegurado a casos urgentes de risco de vida.

“A adesão foi de 99% nestes primeiros dias. Em média, o regimento faz entre 40/50 serviços e durante estes dias fez entre 10/12 serviços. Só fez os urgentes. A adesão continua a ser grande porque o descontentamento é enorme”, afirmou.

O dirigente sindical e subchefe dos Sapadores de Lisboa realçou que o estatuto de aposentação dos bombeiros é a situação mais grave “que está a travar neste momento o avanço das negociações”.

“Em relação ao estatuto da carreira houve alguns avanços, não está tudo resolvido, mas há aqui avanços que podem caminhar no bom sentido. Em relação à aposentação continuam intransigentes, não mexem nem uma vírgula. Acho que o Governo ainda não deu conta que está a meter não só em causa a integridade física dos bombeiros, mas sobretudo o socorro à população”, salientou.

Os Sapadores Bombeiros de Lisboa iniciaram às 20:00 da passada segunda-feira uma greve de 15 dias contra a proposta de alteração ao estatuto da carreira de bombeiro profissional e também contra o aumento da idade mínima de reforma dos 50 para os 60 anos.

“O Governo diz que podemos sair seis anos mais cedo, mas também nos diz que temos de ter 40 anos de serviço. Quando, em média, um bombeiro entra com 23/24 anos na recruta, estamos a falar que só pode ir para a aposentação com 63/64 anos. Pode haver uma exceção ou outra, mas 90% dos bombeiros nessas idades não têm capacidade física nem psíquica para prestar socorro”, considerou.

A greve do Regimento dos Sapadores Bombeiros de Lisboa decorre até 05 de fevereiro.