"As cantinas nos hospitais São João [Porto] e Pedro Hispano [Matosinhos] estão 100% em greve. Também temos grandes adesões nas lavandarias no Magalhães Lemos [Porto] e em Vila Real, bem como na manutenção na Maia”, disse Francisco Figueiredo, do Sindicato de Hotelaria do Norte.
“A adesão de cerca de 90% é uma resposta clara dos trabalhadores de que não aceitam o bloqueamento que [a associação Serviço de Utilização Comum dos Hospitais] SUCH está a fazer de não aumento dos salários", referiu.
A associação SUCH, por seu lado, apontou que a greve "não representou um impacto significativo, não tendo sido comprometida a prestação aos doentes", como referiu em comunicado.
"Na globalidade do universo SUCH, a adesão à greve rondou uma média de 19% (dados apurados até ao momento)", disse a administração do SUCH.
Hoje de manhã cerca de três dezenas de pessoas concentraram-se frente às instalações da SUCH, no Porto, para exigir melhores condições de trabalho.
"Os trabalhadores da SUCH trabalham nos hospitais onde há salários mais elevados, onde quem trabalha ao fim de semana tem um acréscimo de 25%, onde as 35 horas são uma realidade para a generalidade dos trabalhadores. O que nós reivindicamos é uma aproximação faseada a essas condições", disse aos jornalistas o presidente do Sindicato de Hotelaria do Norte, Francisco Figueiredo.
Questionado sobre outras medidas de protesto agendadas, o dirigente contou que está marcada para 11 de setembro uma reunião no Ministério da Saúde, que tutela e nomeia a administração da SUCH.
"Se o processo não evoluir, convocaremos mais greves", acrescentou o sindicalista, enquanto se ouviam frases como "aumentos salariais para já e sem demora" ou "exigimos aumentos justos e subsidio de risco" junto a uma faixa onde se lia: "Trabalhadores da SUCH em greve na defesa dos seus direitos".
Já na sua nota, o SUCH afirma que é "a única entidade a operar no setor que conseguiu negociar um Acordo de Empresa com a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal e outros", razão pela qual viu com "surpresa" o pré-aviso de greve, alegando que "estavam a decorrer as negociações relativas ao ano de 2018".
"O SUCH tinha acabado de responder à maioria das reivindicações do sindicato previamente à marcação da greve", lê-se na nota que também confirma a reunião com o Ministério da Saúde em setembro.
Para o grupo, este agendamento "reitera o facto de as negociações estarem a decorrer com a habitual normalidade".
"Pelo que se estranha a convocação desta greve. Não obstante, é um direito que assiste aos trabalhadores e que o SUCH respeita inteiramente. Decorridos já três anos de rondas de negociação do Acordo de Empresa do qual resultou a implementação de medidas muito positivas para os trabalhadores - mesmo num cenário de dificuldade - o SUCH continua disponível, como sempre, para escutar os trabalhadores e seus representantes", lê-se no comunicado.
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