Os cerca de dois mil trabalhadores não docentes (assistentes operacionais e assistentes técnicos) sob gestão da Câmara Municipal de Lisboa (CML) bem como das Juntas de Freguesia deste município estão hoje em greve entre as 07:00 e as 23:59.
“Ainda não temos dados concretos, mas pensamos que a greve se fará sentir mais nas escolas até ao 4.º ano, porque são escolas com poucos funcionários. Mas o nosso foco é conseguir uma grande participação de trabalhadores na concentração marcada para hoje frente aos recursos humanos da Câmara de Lisboa, no Campo Grande”, disse à Lusa Luís Esteves, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
O sindicalista diz que o principal motivo da greve são os despedimentos entre setembro e dezembro de mais de 100 trabalhadores não docentes.
De acordo com Luís Esteves, em causa está o despedimento de mais de uma centena de trabalhadores provocados por um concurso, aberto pela Câmara de Lisboa, que não valorizou a experiência laboral nas escolas, mesmo após vários anos de trabalhos nos estabelecimentos de ensino.
“Este número de trabalhadores é um levantamento feito pelo sindicato, pois o município não clarifica, com números concretos, quantos serão alvo de despedimento. Já pedimos à câmara para fazer um levantamento destes trabalhadores que ficaram fora das vagas, apesar de terem boa avaliação. Estes trabalhadores estão em funções há três anos, estão adaptados às escolas e serão alvo de despedimento devido ao fim do contrato”, disse.
O sindicalista lembrou que, há dois anos, 40 trabalhadores, nestas mesmas condições, foram despedidos.
“Já na altura houve uma tentativa de os colocar a recibos verdes, mas os trabalhadores não aceitam este modelo. A Câmara de Lisboa está viciada neste modelo do recibo verde. Se os trabalhadores são necessários, então deve ser arranjado um modelo de vinculação pela autarquia, coisa que até já foi feita no passado”, realçou.
Os trabalhadores exigem também os pagamentos de subidas de nível remuneratório em atraso e estão contra o modelo de precariedade aplicado aos trabalhadores não docentes com ‘falsos recibos verdes’ que duram há anos nas juntas de freguesia, exigindo a sua vinculação.
A assinatura do Acordo Coletivo dos Trabalhadores Não docentes sob gestão da Câmara de Lisboa, o respeito pelas férias, não se aceitando mudanças de planos com base no despacho do ministro da Educação e por uma escola pública de qualidade são outras das exigências.
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