“Em termos globais, podemos dizer que a greve atinge mais de 80%”, declarou a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, que falava aos jornalistas na sede deste organismo, em Lisboa, e destacando os setores da saúde e da educação e os concelhos da capital, Porto e Coimbra.
De acordo com a responsável, “isto confirma que a adesão à greve nos setores de atendimento ao público foi elevadíssima”, nomeadamente na saúde e educação, onde a adesão ronda os 90%.
No que toca à saúde, Ana Avoila notou que as urgências estão a funcionar “só com [serviços] mínimos”.
Contudo, relatou que, “nos hospitais, está a ser feita uma grande pressão sobre os médicos para fazerem consultas”.
“É de lamentar que isso esteja a acontecer”, disse a responsável, destacando que “isso não impediu os trabalhadores de fazerem greve”.
Relativamente à educação, existem “centenas e centenas de escolas fechadas por esse país fora”.
Segundo Ana Avoila, a greve deixou também os serviços de reinserção social apenas com os serviços mínimos assegurados, e, na área da Cultura, são vários os museus encerrados, como o dos Coches, em Lisboa.
Quanto à Justiça, a adesão varia entre os 75% e os 90%, com alguns tribunais e conservatórias fechadas.
Também na administração local, “a maioria das câmaras estão encerradas”, não existindo serviços como o da recolha do lixo, adiantou.
Questionada pelos jornalistas sobre os concelhos com maior adesão, Ana Avoila elencou, então, Lisboa, Porto e Coimbra como os que têm “maior expressão porque também têm mais locais de trabalho”.
Seguem-se os concelhos de Setúbal e de Santarém, bem como as regiões do Alentejo e Algarve, apontou.
“No fundo, não encontramos um desnível na adesão de sítio para sítio tendo em conta a volatilidade das coisas”, referiu, aludindo a problemas como a precariedade, o congelamento de carreiras e de salários e a degradação dos serviços públicos.
De acordo com Ana Avoila, o objetivo desta ação é “dar um sinal muito forte do Governo”.
“Há um grande descontentamento das coisas que se estão a fazer”, notou, avisando que “o Governo deve receber este sinal com preocupação”.
A seu ver, “o Governo ainda tem espaço” para alterar as coisas, nomeadamente através do Orçamento do Estado para 2018, que está a ser discutido em especialidade, em áreas como os salários, a contratação coletiva, a progressão na carreira e a reposição dos valores do subsídio de refeição e das horas extra.
Ana Avoila assinalou ainda que estes números podem sofrer alterações devido às mudanças de turno pelas 16:00, “mas nunca será muito diferente”.
Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.
[Notícia atualizada às 13:53]
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