O secretário executivo da plataforma que reúne as várias forças da oposição, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, disse que a greve geral será “um protesto contra a violação do direito ao voto” e apelou para que hoje os venezuelanos “deixem as ruas vazias e o país deserto”.

Jesus Torrealba adiantou que a greve decorrerá enquanto a Assembleia Nacional, o parlamento – dominado pela oposição e cujas deliberações têm sido sucessivamente invalidadas por via judicial a pedido de Nicolás Maduro -, “avança no caminho parlamentar para aprovar a separação de Maduro do seu cargo, por negligência”.

A greve culmina uma semana marcada por manifestações em várias cidades da Venezuela. Na quarta-feira em Caracas, cerca de 1,2 milhões de pessoas saíram à rua em protesto, segundo a oposição.

Ao contrário da oposição, o governo venezuelano considera que desde 1999 que não há qualquer cláusula constitucional que permita afastar um presidente devido a abandono de funções presidenciais ou que autorize uma votação dos legisladores para iniciar um processo de destituição de um Presidente.

A Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo, está em profunda recessão económica devido à queda dos preços do petróleo bruto, o que tem impedido a entrada e acelerado a saída de divisas, causando grave escassez de muitos produtos básicos. Neste cenário, os apelos e manifestações para que Maduro abandone o poder têm vindo a multiplicar-se.

Nicolás Maduro diz que a crise económica resulta de uma conspiração capitalista, enquanto a oposição considera que se deve à sua má gestão económica.

Desde há meses que a oposição tem vindo a dar passos para organizar um referendo sobre a continuidade de Maduro no poder. Depois de vários avanços e recuos, com decisões judiciais controversas, na semana passada as autoridades travaram o processo de referendo.

A oposição venezuelana acusou Maduro de “golpe de Estado”, enquanto o Presidente diz que é a oposição quem está a ensaiar um golpe de Estado.

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