"Informa-me o senhor secretário-geral que um ou outro funcionário [judicial] terá aderido à greve, mas até agora nenhuma diligência foi adiada por causa disso", respondeu à agência Lusa fonte ligada ao Ministério Público.

Uma das audiências marcadas para hoje na Instância Central Criminal e que não foi cancelada devido à greve foi a sessão de alegações finais do julgamento que senta no banco dos réus o antigo ministro da Saúde Arlindo Carvalho e Oliveira Costa, ex-presidente do BPN, entre outros arguidos.

João Nabais, advogado de Arlindo Carvalho, confirmou à Lusa que a audiência se realizou "normalmente", tendo ficado agora agendado para dia 30 o início das alegações da defesa.

Uma magistrada do MP que trabalha na Instância Central Criminal disse também à Lusa que, durante a manhã de hoje, não sentiu qualquer perturbação no normal funcionamento daquele tribunal.

Também no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, onde se situa a primeira seção do Tribunal de Instrução Criminal, fonte da Secretaria-Geral disse à Lusa que a quase totalidade das diligências se realizaram.

A adesão à greve no segundo turno dos hospitais e nas escolas estava, às 10:00 de hoje, próxima dos 100%, segundo a coordenadora da Frente Comum de sindicatos da Função Pública, Ana Avoila.

Os professores também estão a cumprir uma greve, convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) em defesa dos direitos, das carreiras, da estabilidade e dos salários.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento "imediato" das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

A primeira greve com o executivo de António Costa ocorreu em 29 de janeiro de 2016 e foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos da Administração Pública, assim como a de 26 de maio deste ano, que teve como objetivo reivindicar aumentos salariais, o descongelamento das carreiras, o pagamento de horas extraordinárias e a redução do horário de trabalho para 35 horas em todos os serviços do Estado.