“Não temos escolas fechadas, mas há muitos professores a fazer greve e escolas a funcionar a meio gás, ou seja, os alunos estão nas escolas, mas não têm todas as aulas”, contou à Lusa Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
A greve dos professores começou hoje na região da Grande Lisboa (Lisboa, Setúbal e Santarém) e na Madeira e termina na sexta-feira, dia em que o protesto se deverá fazer sentir na região norte e nos Açores.
“A maioria das famílias não sente os efeitos da greve porque os seus filhos estão na escola, embora não tenham todas as aulas. Hoje, o ambiente que se vive nas escolas é mais de recreio e menos de sala de aula. Todos os minutos são de intervalo”, acrescentou Filinto Lima, sublinhando que os professores estão mobilizados para fazer valer a sua posição em relação ao processo de descongelamento do tempo de serviço.
Em causa está o diferendo que separa docentes e tutela na contagem do tempo de serviço que esteve congelado: O Ministério da Educação apenas admite o descongelamento de dois anos e 10 meses e os sindicatos exigem ver contabilizados os nove anos, quatro meses e dois dias congelados.
Para Filinto Lima, os ministérios da Educação e das Finanças devem olhar com atenção para esta greve e para o passado recente dos protestos levados a cabo pelos professores.
“Só este ano letivo já se realizaram mais greves do que desde que o Governo tomou posse e este é um sinal muito importante que o Governo não pode ignorar”, sublinhou.
O professor e representante dos diretores escolares deixa um aviso ao Executivo: “O Ministério das Finanças deve abrir os cordões à bolsa e tratar a Educação de forma diferente”.
“Hoje, há muitas aulas que não estão a ser lecionadas e que acabam por prejudicar milhares de alunos, tendo em conta que cada professor tem, em média, entre 150 a 20 alunos”, afirmou o presidente da ANDAEP, que acredita que nos próximos dias a adesão à greve ainda possa ser mais expressiva.
Hoje a greve realiza-se na região da grande Lisboa (Lisboa, Setúbal e Santarém) e na Madeira.
Na quarta-feira, a greve concentra-se na região sul (Évora, Portalegre, Beja e Faro) e no dia 15 na região centro (Coimbra, Viseu, Aveiro, Leiria, Guarda e Castelo Branco).
A greve termina a 16 de março, sexta-feira, dia em que os professores paralisam na região norte (Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança) e na região autónoma dos Açores.
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