Numa conferência de imprensa para fazer o ponto da situação da epidemia da gripe, Graça Freitas disse que se tudo continuar como até agora a atividade gripal deste ano é menos intensa do que no ano passado, embora pior do que há dois anos.
O facto de ter estabilizado, afirmou, poderá indicar que se atingiu o pico, embora só se possa afirmar isso se houver uma descida consistente de casos, o que apenas se poderá confirmar dentro de pelo menos duas semanas.
Na última semana, disse Graça Freitas, foram internadas em cuidados intensivos 17 pessoas devido à gripe, mais nove do que na semana anterior.
Segundo Graça Freitas, em Portugal morreram nas últimas duas semanas 600 pessoas, em termos estatísticos, em linha com outros anos e menos do que em igual período do ano passado.
Diretamente relacionados com a gripe terá havido “muito poucos casos de morte”, disse a responsável.
Na última semana de dezembro e primeira de janeiro houve um aumento da mortalidade, o que é “compatível com a variação sazonal dos fenómenos de mortalidade e morbilidade”, disse.
No último mês houve uma procura de urgências avaliada em 100 mil casos, ainda que só três por cento devido à gripe, estimou.
Na conferência de imprensa a diretora-geral da Saúde confirmou a predominância do vírus da gripe de tipo B e disse que apesar de não estar contemplado na vacina para a gripe é parecido com o que a vacina contém, pelo que a vacina produz efeitos.
Ao dar a “boa notícia” Graça Freitas congratulou-se por haver entre “seis a sete mil” pessoas que se vacinam todas as semanas (sem contar com as que se vacinam nas farmácias), em plena época gripal, e disse que muito provavelmente este ano se chega a um número recorde de dois milhões de portugueses vacinados.
Quanto à evolução de casos disse que há estabilidade na procura de cuidados de saúde primários, e congratulou-se com o que considerou uma mudança na forma de agir da população.
No domingo passado 24 mil pessoas procuraram apoio médico, metade dos quais em urgências hospitalares, disse Graça Freitas, acrescentando que, dos outros, oito mil recorreram a centros de saúde e quase quatro mil contactaram a linha de saúde SNS24. “Este é o caminho”, a distribuição por diferentes níveis de resposta, disse Graça Freitas.
Por causa da gripe há em Portugal 215 Centros de Saúde com horários alargados (cerca de metade), tendo havido também o reforço de camas (1.250 camas extra), disse na conferência de imprensa Ricardo Mestre, da Administração Central do Sistema de Saúde.
Luís Meira, presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), e Fernando Almeida, presidente do Instituto Ricardo Jorge, também confirmaram a tendência de estabilidade dos casos de gripe.
Graça Freitas disse ainda que o Alentejo é a região com menos atividade gripal e admitiu “pressão” nalguns hospitais, sobretudo no norte, em determinados dias, defendendo que “de modo geral os serviços têm sabido dar resposta”.
O Instituto Ricardo Jorge, num boletim sobre a gripe divulgado na tarde de hoje, já dizia que a doença tinha tendência estável, com uma taxa de incidência de 50,4 por 100 mil habitantes.
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