O documento da OMS sublinha a promoção da pesquisa e inovação para resolver necessidades de saúde pública ainda não atendidas e um reforço na investigação para obter novas ferramentas de diagnóstico, vacinas e tratamentos para a gripe.

Prevê igualmente a promoção de pesquisas para entender melhor as características dos vírus e os fatores relacionados com o hospedeiro que influenciam o impacto da gripe e um fortalecimento da vigilância, monitorização e uso de dados sobre a gripe no mundo para criar uma sólida base de dados e desenvolver estratégias de comunicação eficazes.

“Apesar dos progressos realizados, muitos desafios e lacunas permanecem”, sublinha a OMS no documento, apontando as limitações das atuais ferramentas de prevenção e controle (do vírus), a necessidade anual de imunização sazonal e a limitação de opões de tratamento.

Para a OMS, há “uma necessidade urgente de melhores ferramentas para prevenir, detetar, controlar e tratar a gripe, incluindo vacinas mais eficazes e medicamentos antivirais que possam aumentar a confiança e a aceitação do público”.

A organização considera ainda que “muitos países investiram pouco em sistemas públicos de saúde para deteção precoce, resposta e contenção de surtos que afetam os seus territórios e não estão preparados para um surto na escala de uma pandemia moderada ou grave”.

Na estratégia, a OMS sublinha dois principais aspetos: o desenvolvimento de melhores instrumentos globais - como as vacinas, antibióticos e tratamentos - que beneficiem todos os países e criem confiança na população, assim como o fortalecimento da capacidade de cada país e a sua integração no planeamento nacional de segurança sanitária e nos esforços para alcançar a cobertura universal de saúde.

"A ameaça da gripe pandémica está sempre presente", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando: “O risco contínuo de um novo vírus influenza transmitindo de animais para humanos e potencialmente causando uma pandemia é real. A questão não é se teremos outra pandemia, mas quando”.

O responsável considera ainda que é preciso vigilância e preparação e que “o custo de um grande surto de gripe superará em muito o preço da prevenção”.

De acordo com os dados da OMS, todos os anos há 1.000 milhões de casos no mundo, dos quais entre três e cinco milhões são graves e entre 290.000 e 650.000 pessoas morrem por doenças respiratórias relacionadas com a gripe.

A organização recomenda a vacinação anual como a maneira mais eficaz de prevenir a gripe, especialmente nas pessoas com maior risco de complicações graves e nos profissionais de saúde.

Na estratégia hoje apresentada, a OMS defende a elaboração e concretização de políticas e programas de imunização baseados em dados científicos para reduzir a morbilidade e a mortalidade, assim como a transmissão e a gravidade da doença.

Sublinha a importância de cada país ter um programa próprio que contribua para a preparação nacional e global e para a segurança da saúde.

A OMS insiste igualmente na necessidade de desenvolver melhores ferramentas para prevenir, detetar, controlar e tratar a gripe, como vacinas, antivirais e tratamentos mais eficazes, com o objetivo de os tornar acessíveis a todos os países.

"Com as parcerias e o trabalho específico de cada país que temos feito ao longo dos anos, o mundo está melhor preparado do que nunca para o próximo grande surto, mas ainda não estamos preparados o suficiente", disse Tedros.

Para concretizar com sucesso esta estratégia, a OMS considera essencial alargar as parcerias para aumentar a pesquisa, a inovação e a disponibilidade de novas e mais eficazes ferramentas para beneficiar todos os países.

“Ao mesmo tempo, a OMS trabalhará em estreita colaboração com os países para melhorar suas capacidades de prevenção e controle da influenza”, refere o documento.

A estratégia destaca a importância do sucesso contínuo da Estrutura de Prontidão da Gripe Pandémica, um sistema único de acesso e troca de benefícios que apoia a partilha de informação sobre vírus potencialmente pandémicos, fornece acesso a vacinas e tratamentos que salvam vidas em caso de pandemia e apoia a capacidade de preparação para pandemias através de parcerias com a indústria.

A OMS considera também que o apoio aos países para fortalecer a sua capacidade de combate ao vírus da gripe terá benefícios colaterais na deteção de infeções em geral, já que os países poderão identificar melhor outras doenças infecciosas, como o coronavírus, relacionado com a síndrome respiratória do Ébola ou do Oriente Médio (MERS-CoV).

“A gripe também representa um desafio para outras ameaças globais à saúde, incluindo doenças não transmissíveis (DNT), pneumonia grave e resistência antimicrobiana (RAM)”, refere o documento da estratégia, que a OMS considera servir como “um apelo global” para que todos os países deem prioridade aos programas de influenza como um investimento fortalece o sistema de saúde e o prepara para pandemias.

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