Os factos de que é acusada remontam a 11 de março de 2015 quando no plenário da Assembleia da República a arguida interrompeu a intervenção do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pedindo que se demitisse devido às dívidas que este tinha acumulado à Segurança Social entre 1999 e 2004.

Na altura, Passos Coelho respondia a questões colocadas pelo deputado socialista Ferro Rodrigues enquanto nas galerias um grupo de ativistas de punho erguido gritou “demissão”, obrigando as autoridades policiais a evacuarem as galerias.

Ana Nicolau recusou-se a pagar a multa e o processo seguiu para julgamento.

A 15 de fevereiro de 2013 já os Precários Inflexíveis tinham interrompido Passos Coelho ao som de "Grândola, Vila Morena", não tendo os autores dessa interrupção sido processados.

Num comunicado divulgado em março último, os Precários Inflexíveis solidarizaram-se com a atriz e cineasta Ana Nicolau e lembraram que em março de 2015 exigiram, durante várias semanas, a demissão do primeiro-ministro quando foi tornado público que Passos Coelho não tinha cumprido o pagamento das contribuições para a segurança enquanto trabalhou a recibos verdes durante cinco anos.

Na altura, a dívida de Passos Coelho foi reestruturada, parcialmente paga e, posteriormente, desculpada pelo então ministro da tutela Mota Soares.