A greve e a concentração, que está marcada para as 12:00, é convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e tem como objetivo exigir do Governo a abertura de um processo negocial sobre as principais reivindicações da classe.

Em causa está, segundo a FNSTFPS, a aprovação da tabela remuneratória específica para a carreira, atribuição de suplementos remuneratórios, definição de autonomia funcional do corpo de guarda-florestal do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA/GNR) e melhores condições de trabalho.

A FNSTFPS refere ainda que se reuniu com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a 20 de maio, que ouviu as reivindicações dos guardas-florestais e deu indicação que voltaria a reunir-se com esta estrutura sindical em três semanas, o que até agora não aconteceu.

Atualmente, a GNR conta com cerca de 500 guardas-florestais ao serviço, que têm como missão fiscalizar e investigar os ilícitos nos domínios florestal, caça e pesca.  Os 500 guardas-florestais estão integrados no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.

Ontem, o ministro da Administração Interna defendeu hoje que “há momentos e momentos” para exercer o direito à greve e manifestação.

“Tratando-se naturalmente de um direito, que é o direito à manifestação, julgo que, como todos compreendemos, há momentos e momentos para o exercício desse direito constitucionalmente consagrado e que nós respeitamos imenso”, disse ontem o ministro José Luís Carneiro, numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), na qual anunciou o prolongamento do estado de contingência até domingo devido ao risco de incêndios florestais.

Questionado sobre a greve nacional dos guardas florestais do SEPNA/GNR, agendada para sexta-feira, o ministro negou que não tenha recebido os representantes sindicais destes trabalhadores, afirmando que se reuniu com a a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, que os representa, tendo tomado conhecimento das “questões que mais os preocupam”, como o estatuto profissional e a tabela remuneratória.

“Tenho sempre, como é o meu dever, toda a disponibilidade para receber esse e outros sindicatos, mas é evidente que há momentos em que a nossa concentração e a nossa prioridade está mesmo em conseguirmos enfrentar a complexidade dos desafios com que o país está confrontado”, afirmou, referindo ainda que está a decorrer um concurso para reforçar em 20% o efetivo deste serviço de guardas florestais.

“Assim que for ultrapassada esta situação da contingência, temos todo o interesse em retomar este diálogo com este e outros sindicatos para procurar encontrar as melhores soluções”, disse ainda José Luís Carneiro.

Portugal Continental está em situação de contingência devido às previsões meteorológicas, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.