“A Guatemala candidatou-se a ser anfitriã da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, um evento no qual se discute o futuro do mundo em relação ao clima”, disse o ministro do Meio Ambiente e Recursos Naturais, Alfonso Alonzo, à agência de notícias da Guatemala.

O anúncio surge depois do Brasil ter retirado a sua candidatura, com a Guatemala a assegurar o apoio das Honduras diante das Nações Unidas, algo que o ministro classifica como a demonstração de “vontade e responsabilidade” do Presidente Jimmy Morales com o meio ambiente.

Alonzo recordou que um evento como o da ‘COP25′ nunca foi organizado na Guatemala, o que “seria como ter o Mundial de futebol ou os Jogos Olímpicos da mudança climática”.

“Esperamos que as Nações Unidas tomem a decisão nos próximos dias, estamos prontos, temos toda a infraestrutura, mostrámos isso na XXVI Cimeira Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo”, realizada na Guatemala nos dias 15 e 16 de novembro”, frisou.

O Brasil desistiu de acolher a Cimeira do Clima de 2019 (COP25) devido a dificuldades orçamentais e ao processo de transição do Presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou fonte oficial.

“O Governo brasileiro foi forçado a retirar sua oferta para sediar a COP25″, informou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira à imprensa brasileira que não pretende assumir compromissos ambientais que causem impacto no agronegócio brasileiro, numa resposta às declarações do Presidente francês, Emmanuel Macron.

“Macron está a defender a França. Esse acordo Mercosul com a União Europeia atinge os interesses da França, um país voltado também para o agronegócio. A partir do momento que querem diminuir a quantidade de [produtos] exportáveis nossos, logicamente que não podem contar com o nosso apoio. Mas não é um não em definitivo, nós vamos negociar”, afirmou Bolsonaro, citado pela Agência Brasil.

O Presidente francês avisou na quinta-feira que recusará assinar um acordo de comércio entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil sair do Acordo de Paris, relativo às alterações climáticas.

Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro sugeriu que o Brasil poderia sair do Acordo de Paris, como fizeram os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump. O futuro Presidente brasileiro também anunciou que não é um grande defensor do Mercosul ou do multilateralismo.