Na Linha da Beira Alta - que está cortada desde o dia 19, por um período estimado de nove meses – decorrem obras de modernização e de aumento de capacidade que representam um investimento de mais de 500 milhões de euros.

Questionado hoje, durante um seminário em Mangualde, sobre os problemas criados pela pandemia de covid-19 e pela guerra na Ucrânia, José Carlos Clemente disse que se atravessa “um período muito mau”.

“Toda a cadeia de fornecimento foi fortemente prejudicada por essa situação”, explicou, dando como exemplo as catenárias e os cabos de sinalização, relativamente aos quais existem “problemas com prazos de aprovisionamento e prazos de entrega”.

Além disso, acrescentou o responsável, “existe uma queixa generalizada dos empreiteiros” relativamente ao aumento de preço.

“Obviamente que nós, enquanto empresa pública, estamos sujeitos às leis que regem a contratação pública. O único instrumento que nós temos para tentar reparar alguma situação é a revisão de preços”, explicou.

Segundo José Carlos Clemente, a revisão de preços “não responde por inteiro, principalmente a estas situações de aumento drástico de valores”.

“Mas eu sei que o Governo está a preparar uma lei que vai permitir dar uma maior abertura e uma maior flexibilidade para que as empresas públicas tentem minimizar esse problema”, acrescentou.

O diretor de Empreendimentos da IP explicou que a modernização em curso inclui a construção da concordância da Mealhada (Pampilhosa) - ou seja, uma ligação direta entre a Linha do Norte (sentido Norte/Sul) e a Linha da Beira Alta - e a renovação integral da infraestrutura da via, incluindo algumas variantes para aumento de velocidade.

Como “a última grande intervenção foi há cerca de 30 anos”, a linha “já estava cheia de mazelas” que implicavam velocidades mais baixas e que agora “vão ser radicalmente eliminadas, o que permite ter um ganho de 25 a 30 minutos nos comboios de passageiros”, sublinhou.

A estabilização e reforço de taludes, a modernização de dez estações para cruzamento de comboios de 750 metros e a supressão de sete passagens de nível são outras intervenções previstas.

José Carlos Clemente explicou que, atendendo à necessidade de encerramento da linha durante nove meses, foi acordado “um desvio de tráfego de mercadorias significativo pela Linha da Beira Baixa” e “o transbordo de passageiros por meios rodoviários”.

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