O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que a Assembleia Geral enviou uma mensagem “a alto e bom som: parem agora as hostilidades na Ucrânia, calem agora as vossas armas, abram agora a porta ao diálogo e à diplomacia”.
Guterres referia-se à resolução aprovada hoje pela esmagadora maioria dos Estados-membros na Assembleia Geral das Nações Unidas – 141 dos 193 — condenando a invasão russa da Ucrânia.
Nos mesmos termos falou a embaixadora dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, que depois da votação sublinhou que “o mundo falou com uma voz clara e unida”.
“Demonstrámos que a Rússia está isolada e sozinha e que os custos continuarão a aumentar até que a Rússia ceda. Afirmámos a Carta das Nações Unidas, comprometemo-nos a abordar a terrível crise dos direitos humanos e humanitários na Ucrânia, e estivemos juntos na batalha pela alma do mundo”, afirmou a embaixadora.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou “uma grande derrota moral e diplomática para a Rússia”.
“Os apelos para que o Kremlin retire imediatamente todas as forças da Ucrânia não podem soar mais alto do que isto. O direito internacional deve e vai prevalecer”, escreveu no Twitter.
Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, sublinhou que a votação indica que “a comunidade mundial está unida contra a agressão injustificada e não provocada da Rússia contra a Ucrânia”.
O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, congratulou-se com a rejeição “esmagadora” da agressão e com o facto de “o mundo continuar unido na defesa das leis e princípios em que se baseia a paz e a segurança internacionais”.
A resolução aprovada na Assembleia geral da ONU “deplora” a agressão russa contra a Ucrânia, “exige” a Moscovo que ponha fim à ofensiva e retire imediatamente e incondicionalmente as suas tropas e “condena a decisão da Rússia de aumentar o alerta das suas forças nucleares”.
Intitulada “Agressão contra a Ucrânia”, a resolução apela ainda ao acesso sem entraves à ajuda humanitária e “lamenta o envolvimento da Bielorrússia” no ataque à Ucrânia.
A Assembleia Geral da ONU foi convocada para esta sessão de emergência, a primeira desde 1997, depois de não ter sido possível fazer passar uma resolução condenando a invasão russa da Ucrânia no Conselho de Segurança, onde a Rússia, como membro permanente, tem poder de veto.
A resolução teve apenas cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções, incluindo as de Angola e Moçambique.
Cabo Verde, São Tomé e Principe e Timor Leste votaram a favor, como Portugal e Brasil, e os votos da Guiné-Bissau e Guiné Equatorial não ficaram registados.
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