O Prémio Europeu Carlos V reconhece o trabalho de “pessoas, organizações, projetos ou iniciativas que contribuíram para o conhecimento geral e o engrandecimento dos valores culturais, sociais, científicos e históricos da Europa, assim como para o processo de construção e integração europeia”, segundo a Fundação da Academia Europeia e Ibero-americana de Yuste, que o atribui.
António Guterres recebe o 16.º Prémio Europeu Carlos V, que o júri lhe atribuiu “pela sua acreditada, ampla e longa trajetória de vida dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo e à dignidade humana como núcleo do seu trabalho, abordando desafios e crises globais”.
Para o júri do prémio, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e ex-primeiro-ministro português tem sido “uma figura fundamental para enfrentar um período de mudanças sem precedentes e com terríveis consequências para a Europa e para o mundo”.
“Com o seu trabalho tenaz impulsionou ações para responder à pandemia da covid-19, à guerra na Ucrânia, para abordar a emergência climática e para conseguir reformas ambiciosas para enfrentar os desafios do século XXI”, segundo a decisão do júri, conhecida em março passado.
A cerimónia de entrega do prémio decorre no Mosteiro de Yuste, Cáceres, e além do Presidente e do primeiro-ministro de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, estarão também presentes o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, o secretário-geral da Comunidade Ibero-americana, Andrés Allamand, e o presidente do governo regional da Extremadura, Guillermo Fernández Vara.
Na lista de personalidades presentes na cerimónia constam ainda, entre outras figuras, 21 embaixadores em Espanha de países europeus e da América Latina e o alto representante para a Aliança das Civilizações das Nações Unidas, Miguel Ángel Moratinos.
A Fundação da Academia Europeia e Ibero-americana de Yuste tem como “presidente de honra” o Rei Felipe VI e já atribuiu este prémio a outros dois portugueses, o ex-Presidente da República Jorge Sampaio (em 2004) e o ex-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso (em 2014).
Jacques Delors, Wilfried Martens, Felipe González, Mikhail Gorbachev, Helmut Kohl, Simone Veil, Javier Solana e Angela Merkel foram outras personalidades anteriormente galardoadas com este prémio.
A entrega do galardão coincide com o Dia da Europa, uma efeméride celebrada em 9 de maio que assinala a histórica “Declaração Schuman [Robert Schuman, o ministro dos Negócios Estrangeiros de França em 1950]”, considerada como o momento fundador da atual União Europeia.
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