“Há 78 anos, foram utilizadas armas atómicas em Nagasaki. Não devemos permitir novamente que tal devastação ocorra. A única maneira de eliminar o risco nuclear é eliminar as armas nucleares”, afirmou Guterres numa mensagem na rede social X (o antigo Twitter).

O Japão assinala hoje o 78.º aniversário do ataque, que matou de imediato mais de 70 mil pessoas e ocorreu três dias depois de um ataque semelhante em Hiroshima, que provocou cerca da 140 mil mortos.

As autoridades de Nagasaki aproveitaram a cerimónia evocativa para apelar às potências nucleares que “mostrem coragem e abandonem a ideia de utilizar as armas nucleares como meio de dissuasão”.

O presidente da câmara de Nagasaki, Shiro Suzuki, afirmou que os países com armas nucleares e “aqueles que se encontram sob a proteção das armas nucleares devem dar um passo em frente e libertar-se desta dependência”.

“Enquanto os Estados dependerem da dissuasão nuclear, não poderemos construir um mundo sem armas nucleares”, afirmou Suzuki.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não pôde participar na cerimónia em Nagasaki devido às más condições climatéricas.

Numa mensagem vídeo, Kishida reconheceu que o aumento das tensões e dos conflitos, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia, dificultaram o desarmamento nuclear.

“O caminho para o desarmamento nuclear tornou-se mais perigoso devido ao aprofundamento das divisões internacionais e às ameaças nucleares da Rússia”, disse Kishida, citado pela agência espanhola EFE.

Desde que invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, as autoridades russas têm avisado o Ocidente de que um envolvimento no conflito pode levar a uma guerra nuclear.