O caso gera preocupação junto da comunidade ativista, que confessou ao jornal The Guardian que a matança contínua destes mamíferos pode significar a extinção da variante europeia da espécie na região.

Segundo os especialistas da estação marinha Observatoire Pelagis, situada na localidade de La Rochelle, os animais têm mostrado "níveis extremos de mutilação". As causas para estes ferimento não são conhecidas, mas julga-se que a causa pode prender-se com os arrastões da pesca de robalo.

As autopsias aos espécimens têm sugerido que os golfinhos sustém ferimentos graves ao tentar escapar as redes de pesca ou quando a própria equipa de pescadores os tentar soltar quando são apanhados.

O número de golfinhos que dá à costa é muito elevado, mas a realidade pode ser bem mais negra, já que muitos corpos afundam-se sem deixar rasto. Segundo Lamya Essemlali, presidente da ONG ambientalista Sea Shepherd, o número poderá rondar entre os 6500 e os 10 mil golfinhos ao ano.

Para Essemlali, a causa é mesmo a pesca de arrastão, tendo a sua organização obtido provas disso num vídeo publicado em fevereiro, no âmbito de uma campanha de sensibilização. "Estas embarcações de pesca não são seletivas e, por isso, quando colocam as redes dentro de água e esta está cheia de golfinhos, eles ficam presos", explica.

Sendo mamíferos e necessitando de vir à superfície respirar, os golfinhos começam a sufocar, o que os leva "a ferirem-se quando tentam fugir das redes, é essa a razão pela qual têm todas estas marcas no corpo".

A especialista diz que os seus apelos ao governo francês têm sido ignorados, isto quando as mortes dos golfinhos estão a ocorrer "a um ritmo tão alarmante que podem levar a população de golfinhos europeus à extinção".

Em resposta a esta crise, François de Rugy, ministro da agricultura francês, anunciou a implementação de um plano de ação que inclui colocar sinalizadores acústicos nas redes para afastar os golfinhos, mas a Sea Shepherd defende que os pescadores não os ativam porque temem assustar os peixes.

Outro problema, segundo Essemlali, é a apetência do público por peixe barato. "Pode se encontrar robalo barato a sete euros nas lojas, mas quem paga o preço são os golfinhos".