Uma fissura ao longo da plataforma de gelo Brunt na Antártida apareceu pela primeira vez em outubro de 2016, de acordo com a NASA. A fissura — chamada fissura de Halloween — está a avançar para leste e pode intercetar uma outra, que esteve aparentemente estável durante 35 anos, mas que agora avança para norte a 4 quilómetros por ano. Esta segunda é a fissura que está a preocupar os cientistas.
Se estas duas fissuras se encontrarem, o que pode acontecer dentro de semanas ou meses, já que apenas apenas 4 quilómetros separam as duas falhas, um iceberg com cerca de 1700 quilómetros quadrados, 17 vezes a área de Lisboa (100 quilómetros quadrados), vai separar-se da Antártida e flutuar no mar.
Apesar de ser um bloco de gelo com um tamanho considerável, não é um iceberg terrivelmente grande para os padrões da Antártica, não chegando provavelmente aos 20 maiores, mas será o maior a separar-se da plataforma de Brunt desde que começou a ser observado, em 1915, informa a NASA.
Apesar deste processo de separação ser é natural, as mudanças recentes não são comuns nesta área e podem desestabilizar a plataforma de gelo de Brunt. Não é ainda claro como o gelo remanescente pode reagir após a separação, o que cria incerteza em torno da infraestrutura científica e a presença humana na zona, na base de observação Halley.
Esta estação científica já foi relocalizada e teve de ser fechada duas vezes nos anos recentes por causa de alterações no gelo.
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