O recolher obrigatório, em vigor entre as 19:00 e as 05:00 locais, será prolongado até o dia 20 de março, anunciou o Governo em comunicado, acrescentando que os bombeiros, os serviços de emergência, os trabalhadores do setor da saúde e os jornalistas estarão isentos destas medidas.
O estado de emergência atualmente em vigor foi imposto em 3 de março, na sequência da onda de violência na capital após assaltos às prisões e a fuga de milhares de prisioneiros.
As manifestações na área da capital continuam proibidas, tanto de dia como de noite, e os agentes da lei têm ordens para usar “todos os meios necessários” à sua disposição para fazer cumprir o recolher obrigatório e prender os infratores, de acordo com o comunicado.
A nova onda de violência no Haiti atingiu os aeroportos numa altura em que o chefe do governo, Ariel Henry, se encontrava em visita oficial ao Quénia.
Um dos principais líderes criminosos do país, Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbecue” e líder do grupo armado G9, lançou um ataque contra o primeiro-ministro, ameaçando mergulhar o país numa “guerra civil” se ele não se demitisse.
Os grupos armados têm provocado o caos em Porto Príncipe e arredores, consolidado após o assassinato, em 2021, do Presidente Jovenel Moise.
Henry chegou ao poder em julho de 2021, dois dias antes do assassinato de Moise, pelo que nunca tomou posse.
Num discurso proferido antes de assumir a chefia do governo, o primeiro-ministro apelou à unidade política e um gabinete de consenso, embora não exista um calendário eleitoral acordado, o que provocou a indignação da população.
Henry apresentou a sua demissão em 11 de março, quando a violência se intensificava no país e declarou que o governo se manteria em funções para pôr termo aos “assuntos correntes” até à instalação de um novo conselho presidencial de transição e à nomeação de um novo primeiro-ministro.
O Haiti não tem eleições desde 2016 e está sem Presidente e sem parlamento.
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