“Dizemos às famílias dos detidos e dos estrangeiros que queremos que os seus filhos regressem, mas é Netanyahu que está no caminho”, disse Osama Hamdan, um oficial do grupo islamita palestiniano Hamas, acrescentando que o primeiro-ministro israelita “está a prolongar a guerra por razões pessoais, não se preocupando com os israelitas ou com os seus soldados”.

“Dizemos às famílias israelitas para pressionarem o governo do oportunista Netanyahu e não percam tempo, já que está quase a acabar”, afirmou hoje Hamdan.

O oficial rejeitou também as “mentiras” de Israel, segundo as quais o Hamas utiliza instalações civis, como centros médicos, para esconder armas e altos comandantes, e reiterou o seu convite às Nações Unidas e a outras organizações internacionais para visitarem os hospitais da Faixa de Gaza, para não existirem dúvidas.

“O objetivo da ocupação com os ataques às infraestruturas e aos hospitais é forçar o nosso povo a fugir da Faixa”, realçou Hamdan.

O oficial do Hamas qualificou o facto de ter sido necessário abrir uma vala comum nas instalações do hospital al-Shifa devido ao elevado número de mortos como uma “vergonha internacional”.

“Dizemos à ocupação que o conflito ainda agora começou e o que está por vir é cada vez maior. Estamos a travar a batalha para acabar com a ocupação, para proteger al-Aqsa e para estabelecer um Estado palestiniano com Jerusalém como capital”, afirmou o oficial do Hamas.

A 07 de outubro, milícias do Hamas realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 39.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.