Numa declaração à agência de notícias AFP, um alto funcionário do Hamas comentou as declarações do Presidente norte-americano feitas na sexta-feira.

“Dizer que estamos nos aproximando de um acordo de tréguas é uma ilusão”, disse Sami Abou Zohri.

Na sexta-feira, Joe Biden, afirmou que um acordo entre Israel e Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza está “mais perto do que nunca”, após a conclusão de nova ronda negocial.

“É possível que tenhamos algo (…) mas ainda não chegamos lá”, afirmou Biden na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, questionado pela imprensa sobre os resultados das negociações concluídas em Doha sobre a Faixa de Gaza, sob mediação internacional.

Mas para o Hamas estas negociações, que incluíam a libertação de reféns, tiveram um enorme retrocesso.

“Não estamos perante um acordo ou negociações reais, mas antes a imposição de ideias americanas”, disse o membro do gabinete político do Hamas.

As negociações decorreram em Doha com os países mediadores, Estados Unidos, Catar e Egito.

Representantes de Israel estiveram presentes, o Hamas não enviou uma delegação a Doha precisamente para exigir a implementação do que foi previamente acordado, “em vez de continuar com novas rondas de negociações”.

Israel declarou em 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

As negociações em Doha foram retomadas na quinta-feira, dia em que o número de mortes na Faixa de Gaza em resultado da ofensiva israelita ultrapassou os 40 mil, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.