A candidata teve uma conversa telefónica "breve e cordial" com Trump, na qual exprimiu a sua gratidão por ele se ter salvado de uma segunda suposta tentativa de assassinato, informou a Casa Branca.

"Disse-lhe o que declarei publicamente: não há lugar para a violência política no nosso país", informou Harris, em entrevista à Associação Nacional de Jornalistas Negros.

Trump, por sua vez, diz que o suspeito do suposto atentado contra si "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Harris "e agiu em consequência" dela.

O candidato republicano vai participar hoje num ato na cidade de Flint, afetada pela crise do setor automotivo e tristemente conhecida por um enorme escândalo de contaminação da água potável com chumbo.

Trump e Harris percorrem os estados eleitorais-chave no momento em que a democrata aparece com uma leve vantagem nas sondagens.

"Se observarmos as sondagens feitas após o debate eleitoral e as de antes, a dinâmica a favor de Kamala é clara", publicou hoje um especialista do site Five Thirty Eight, que agrega e analisa sondagens, destacando que ainda assim a diferença entre os dois é apertada.

Harris é apoiada por artistas influentes, aos quais se somou a cantora pop Billie Eilish. Na mesma entrevista em Filadélfia, a candidata condenou o papel de Trump na divulgação da mentira de que imigrantes haitianos comem cães e gatos numa pequena cidade do Ohio onde se sucedem ameaças de bomba e o encerramento de locais públicos.

"É um verdadeiro escândalo", denunciou a democrata, acrescentando que "a responsabilidade de ser presidente dos Estados Unidos" é incompatível com "esse tipo de discurso de ódio".

A vice-presidente baseia o seu programa em poucos pontos: a promessa de uma "nova geração" e um "novo caminho" para o país, uma economia centrada na classe média e a proteção das liberdades fundamentais, incluindo o direito ao aborto.

Harris condenou nesta terça-feira as leis restritivas sobre interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo do meio ProPublica sobre a morte de uma mulher de 28 anos na Geórgia porque não lhe fizeram uma curetagem a tempo.

"Essa jovem mãe deveria estar viva, criando o seu filho e correndo atrás do seu sonho" de estudar enfermagem, afirmou.

Segundo o ProPublica, que consultou documentos confidenciais, esta é a primeira morte "evitável" desde que em 2022 o Supremo Tribunal, de maioria conservadora, principalmente desde o mandato de Trump, deixou a cargo de cada estado legislar sobre o direito ao aborto.

Trump sobreviveu em julho a uma tentativa de assassinato, quando um homem armado abriu fogo contra si durante um comício na Pensilvânia.

Já no último domingo, o republicano estava no seu clube de golfe na Flórida quando agentes dos Serviços Secretos "abriram fogo contra um homem armado" que estava próximo ao local. Trata-se de Ryan Routh, um americano de 58 anos.

Routh estava armado com uma arma automática equipada com mira telescópica e um equipamento de gravação de vídeo, mas, segundo a polícia, não disparou contra Trump. O homem fugiu do local, mas foi preso pouco depois.